Covid-19/França. Paris e a ameaça de novo confinamento. Indicadores estão no vermelho

A possibilidade de um novo confinamento em Paris e na região da capital (Île-de-France) está a ser avançada desde ontem por alguns jornais franceses, designadamente pelo diário Le Parisien e outros.

Todas as opções parecem possíveis em Paris, porque todos os indicadores estão no vermelho e a situação sanitária na zona na cidade e da sua periferia chamada « petite couronne » aproxima-se a passos largos da de cidades como Marselha e Aix-en-Provence, no sul, que foram colocadas desde o passado fim de semana em estado de “alerta máximo” e onde foram fechados todos os bares e restaurantes.

Em declarações publicadas hoje de manhã no jornal Expresso, em Portugal, Hermano Sanches Ruivo, adjunto da « maire » Anne Hidalgo para os assuntos europeus, declarou: « Não podemos imaginar novo confinamento, porque medimos melhor as consequências para as pessoas, empresas e coletividades, mas estamos prontos se for necessário”. 

Paris e a sua região foram colocadas em “alerta reforçado” desde segunda-feira, mas a situação continua a degradar-se, nomeadamente nos hospitais, e a necessidade de novo confinamento na capital começa a ser vista como provável.

A taxa de novos casos positivos piora todos os dias na região: na última semana foi de 154 por 100 mil habitantes na Île-de-France (contra 104 em toda França) e de 252 dentro da cidade de Paris.

O próprio Ministério da Saúde alerta para o clima de forte tensão nos hospitais parisienses, onde uma média de 50 doentes entra por dia nos serviços de reanimação. Mais de duas mil pessoas estão hospitalizadas nesta região, 350 das quais em cuidados intensivos. A situação já limita o tratamento de pessoas com outras doenças. Segundo as autoridades de saúde, muitas operações nos hospitais estão a ser adiadas para poder acolher prioritariamente os doentes com covid-19.

“Travamos uma batalha diária com uma mensagem de precaução, um apelo ao comportamento cívico de todos”, acrescentou Hermano Sanches Ruivo ao Expresso.

« As medidas restritivas que têm sido aplicadas por todo o país — em Marselha, Aix-en-Provence e Guadalupe (zonas em “alerta máximo”), Paris e mais 11 cidades como Bordéus e Lyon (zonas em “alerta reforçado”) — são contestadas por boa parte da população, alguns autarcas e, sobretudo, proprietários de comércios e bares. Denunciam ‘medidas radicais’ e têm organizado manifestações de protesto. Alguns apelam mesmo à desobediência, sob o mote ‘Stop à ditadura sanitária' », relata o jornal português.

Leia aqui os últimos dados sobre a situação da pandemia em França:

Covid-19/França. Mais 59 mortos e 8.051 novos casos em 24h

 

 

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