Covid-19: Macron favorável a plano europeu que combine empréstimos e subvenções – Lusa
Numa declaração transmitida pela Presidência francesa após o Conselho Europeu, por videoconferência, Emmanuel Macron disse que “não houve consenso” entre os líderes quanto à distribuição dos montantes do plano de recuperação económica e social europeu.
“Se deixarmos cair uma parte da Europa, é toda a Europa que cairá”, advertiu o Presidente francês, defendendo transferências orçamentais para “as regiões e os setores” mais atingidos pela crise provocada pela pandemia associada ao novo coronavírus.
França já tinha defendido um plano de recuperação da ordem dos 5% a 10% do PIB europeu (800 mil milhões a 1,6 biliões de euros), o que, afirmou Macron, beneficia de um acordo de princípio na UE.
Quanto ao financiamento do plano, Macron disse ser partidário da emissão de dívida com “uma garantia comum” para “transferências orçamentais” com “regras muito claras para todos”.
Nesse ponto, disse, “não há consenso hoje”.
“Não obstante, é uma resposta que devemos dar e penso que a nossa Europa não tem futuro se não soubermos dar essa resposta”, afirmou.
Frisando que “o mercado único beneficia certos Estados e regiões mais produtivos porque produzem bens que podem vender a outras regiões”, advertiu que se essas regiões forem abandonadas, o benefício deixa de existir.
“Os países que bloqueiam são sempre os que conhecemos, os frugais: Alemanha e Holanda. Vão aceitá-lo? Estamos a discutir”, disse, acrescentando que se trata de países “cuja psicologia profunda e constrangimentos políticos justificam posições muito duras”.
Emmanuel Macron referiu-se ainda, entre os temas discutidos no Conselho, à necessidade de “ir mais longe e mais forte” no sentido de uma soberania europeia, “em particular económica, industrial, estratégica, militar, tecnológica, ambiental”.
Os chefes de Estado e de Governo da UE, reunidos hoje por videoconferência, encarregaram a Comissão Europeia de apresentar urgentemente uma proposta de fundo de recuperação da economia europeia para superar a crise provocada pela pandemia de covid-19.
O Conselho Europeu aprovou também o pacote de emergência de resposta à crise acordado há duas semanas pelo Eurogrupo, no montante global de 540 mil milhões de euros, indicando que o mesmo esteja já operacional em junho.