Mais de um terço dos militares do porta-aviões francês « Charles de Gaulle » testou positivo à covid-19 depois do regresso antecipado, domingo, a França após a descoberta de casos de contaminação a bordo, indicou hoje fonte oficial gaulesa.
Segundo um comunicado do Ministério do Exército francês, até terça-feira, foram testados 1.767 efetivos, que deu positivo em 668 casos.
Entre os 668 infetados, 31 estão hospitalizados no Hospital Militar Sainte-Anne, em Toulon (sul), um deles nos cuidados intensivos », acrescenta-se no comunicado.
Segundo o comunicado, o balanço é « temporário » e poderá ver um aumento de casos, uma vez que ainda falta saber os resultados de 30% dos testes realizados, havendo ainda outras análises a efetuar a mais tripulantes.
O « Charles de Gaulle » é o segundo porta-aviões a registar casos de contaminação com a covid-19, após o « Theodore Roosevelt », norte-americano, que se encontra no oceano Pacífico.
O porta-aviões francês (1.750 militares) e a fragata (200) que o acompanhava foram obrigados a antecipar duas semanas o regresso ao porto de Toulon, após terem sido detetados inicialmente cerca de meia centena de casos do novo coronavírus.
Os 1.950 militares dos dois navios foram colocados de quarentena sanitária, que se prolongará por 14 dias.
Paralelamente, acrescenta-se no comunicado, foram iniciadas operações de desinfeção nas aeronaves do porta-aviões, bem como em todo o navio, realizadas por equipas militares apoiadas por empresas ligadas ao setor sanitário.
A origem da contaminação no porta-aviões é ainda desconhecida, uma vez que a tripulação não esteve em contacto com pessoas externas ao navio, depois de uma escala em Brest, entre 13 e 15 de março.
O chefe do Estado-Maior da Marinha francesa, almirante Christophe Prazuck, ordenou, entretanto, a realização de um inquérito para determinar as causas e para recolher informações para a gestão da pandemia na Armada.
Por outro lado, a ministra do Exército francês, Florence Parly, endereçou uma mensagem de apoio aos militares confinados e às respetivas famílias.
Os dois navios estavam em missão desde 21 de janeiro e passaram várias semanas no mar Mediterrâneo no quadro da operação « Chammal« , envolvendo a França numa operação internacional de combate aos ‘jihadistas‘ no Iraque e na Síria.
A França é o terceiro país europeu com maior número de casos ligados à covid-19, tendo registado 15.729 mortes entre os 143.303 infetados, apenas atrás da Itália (21.645 mortos, em 165.155 casos) e Espanha (18.579 mortos, 177.633 casos) e à frente do Reino Unido (12.868 mortos, 98.476 casos).
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (26.059) e mais casos de infeção confirmados (609.516).
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Alfa/Notíciasaominuto