Covid/Lisboa. “Com más chefias e pouco exército não conseguimos ganhar esta guerra” – Medina Pdt da Câmara

Medina critica autoridades de saúde por causa de Lisboa: “com más chefias e pouco exército não conseguimos ganhar esta guerra”

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina

Foto TIAGO MIRANDA

Presidente da Câmara de Lisboa considera que é possível travar o surto na região e deixa ideias muitas críticas

Alfa/Expresso. Por João Diogo Correia (leia a versão original deste texto em expresso.pt)

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa considera que o constante aumento do número de infetados por covid-19 na região se deve em parte a “más chefias e pouco exército” no terreno. Insistindo na metáfora bélica, Fernando Medina diz que assim “não conseguimos ganhar esta guerra” e atira à Direção-Geral da Saúde (DGS), Ministério da Saúde e administração regional. “É uma nota direta a todos os responsáveis por esta matéria. Ou as chefias conseguem em poucos dias pôr ordem na casa ou as chefias têm de ser reavaliadas”, afirmou o edil lisboeta, no habitual espaço de comentário na TVI24.

Fernando Medina atribui o estado da pandemia na região de Lisboa e Vale do Tejo — que “é crítico” — a falta de “organização e coordenação” mas também de meios. “Tivemos dois terços dos recursos que o Norte tinha. E nem estou a dizer que o Norte tinha o suficiente”, contabilizou o autarca, lembrando a recente admissão de 100 novos profissionais de saúde pública para a região de Lisboa. Não são suficientes. “A capacidade tem de aumentar e tem de aumentar já. Vamos buscar ao exército, onde for. Mas tem que aparecer já.”

O presidente da Câmara de Lisboa ocupou parte do comentário televisivo com a ideia de reavaliar e aumentar as equipas no terreno, mas deu outras três soluções para travar a propagação de covid-19 na região.

1. CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL

“É a base de tudo.” Para Fernando Medina, “falhou ter-se instalado um sentimento de que tudo estava ultrapassado: isso é falso”. E, portanto, falta que os habitantes assegurem “proteção individual, higiene, cumprimento de regras, privilegiem espaços abertos em vez de fechados”, enumerou.

2. TESTES MAIS RÁPIDOS

“É essencial encurtar o tempo dos testes.” Para o presidente da Câmara de Lisboa, um teste de diagnóstico torna-se “na prática inútil” se demorar “dois, três, quatro dias”, mais o tempo de inquérito à situação do doente. “Aí já contaminou quem havia a contaminar.”

3. INQUÉRITOS TAMBÉM MAIS RÁPIDOS

“Tem de ser realizado em 12 horas no máximo”, afirma Fernando Medina. O inquérito a que se refere o autarca é um rastreio sobre a situação da pessoa infetada: com quem esteve, quais as condições de se isolar, como fazer esse isolamento se não tiver essas condições, quem deve isolar-se também. Acelerar o processo é essencial “para isto não sair das nossas mãos”.

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