O tribunal francês autorizou esta quinta-feira o galo Maurice, cuja proprietária tinha sido processada pelos seus vizinhos, a ‘cantar’. A Justiça rejeitou a queixa dos vizinhos que acusaram a ave de acordá-los muito cedo. O caso ganhou repercussão mundial.
A sentença foi considerada como uma “vitória” das tradições rurais de França. « Maurice venceu e os queixosos terão que pagar mil euros à proprietária por danos morais », declarou Julien Papineau, advogado da proprietária Corinne Fesseau, ao deixar o tribunal de Rochefort (sudoeste).
« Não tenho palavras. Vencemos. É uma vitória para todas as pessoas na minha situação. Espero que crie jurisprudência », disse a dona do galo que ficou conhecido mundialmente. « Vai ser tudo protegido: sinos, sapos, patos etc. », acrescentou Corine, referindo-se a outras queixas semelhantes.
Maurice tornou-se num símbolo da resistência rural em França, onde uma petição para apoiá-lo recebeu mais de 140.000 assinaturas.
De acordo com o advogado dos vizinhos, Vincent Huberdeau, “não é um julgamento da cidade contra o campo. É um problema de dano sonoro, como o galo, o cachorro, a buzina, a música. É um caso de barulho. » A dona do galo argumentou no tribunal que nunca havia recebido queixas sobre o cacarejo de Maurice. « Os galinheiros sempre existiram. Entre 40 vizinhos, incomoda apenas dois », apontou. Para Fesseau, « o campo tem direito ao seus sons. O galo tem o direito de cantar ».
Alfa/RFI/EuroNews.