Depois de pagar a renda sobram 450 euros ao salário dos lisboetas

Estudo do Deutsche Bank tem em conta uma renda média de 1021 dólares (917 euros) a dividir por duas pessoas.

É o retrato da capital portuguesa nos últimos cinco anos: rendas a subir e rendimento disponível a descer. Um estudo publicado esta segunda-feira pelo Deutsche Bank comprova que Lisboa é uma das cidades da Europa onde a disparidade é cada vez maior.

O relatório anual do banco alemão que traça a evolução de vários preços ao longo dos últimos cinco anos conclui que em Lisboa o valor das rendas aumentou 14% desde 2014.

Assumindo a taxa de câmbio usada pelo banco, cujas contas são feitas em dólares, um apartamento com dois quartos na capital portuguesa custava por mês 645 euros (896 dólares) em 2014.

Hoje, a renda do mesmo imóvel custa 917 euros (1021 dólares). Na União Europeia, só Dublin registou uma subida maior. Na capital irlandesa o valor das rendas subiu 23%, para uma média atual de 1812 euros (2018 dólares).

Já nas 55 cidades analisadas pelo Deutsche Bank, as maiores subidas tiveram lugar em Daca, no Bangladesh, e em Lagos, na Nigéria. A subida dos preços tem ainda mais impacto quando analisado o rendimento disponível dos lisboetas após o pagamento da renda.

De acordo com o estudo do Deutsche Bank, que considera um apartamento de dois quartos a dividir por duas pessoas, o rendimento disponível em Lisboa após o pagamento da renda é de 451 euros (503 dólares).

Em 2014, o valor era de 544 euros (753 dólares), o que significa que o rendimento disponível após o pagamento da renda caiu 33% em cinco anos. A análise considera que o salário líquido dos lisboetas em 2019 é de 910 euros (1013 dólares).

Aqui, Lisboa está no top 10 das 55 cidades mundiais analisadas onde os cidadãos mais perderam rendimentos após o pagamento das rendas. À frente da capital portuguesa surgem apenas a Cidade do México, Istambul, São Paulo, Xangai, Hong Kong e Joanesburgo.

 

Alfa/DN/DinheiroVivo

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