Deputado franco-português diz que mandato o aproximou das raízes portuguesas

O deputado franco-português Ludovic Mendes, do partido de Emmanuel Macron e presidente do grupo de amizade França-Portugal na Assembleia Nacional, recandidata-se na região de Moselle e quer estreitar relações entre os dois países.

« Acho que nunca estive tão próximo de Portugal do que nos últimos cinco anos. Talvez quando era pequenino, mas hoje vejo Portugal de uma forma diferente, amo-o novamente, mas de outra forma. Aprecio a sua história, as pessoas que encontrei, as suas cidades, as suas vitórias e também os seus problemas », disse Ludovic Mendes, em declarações à agência Lusa.

As memórias de Portugal de Ludovic Mendes, filho de pai português, estavam muito ligadas à infância, às férias e aos seus avós, tal como muitos descendentes de portugueses em França.

No entanto, os últimos cinco anos como deputado na Assembleia Nacional e, desde setembro, presidente do grupo de amizade França-Portugal nesta instituição, aproximaram-no das suas origens.

« Portugal tem uma história comum com França. Temos uma comunidade portuguesa em França que é fenomenal, que consegue valorizar a história, os costumes, a cultura, a cozinha e, sobretudo, que desenvolve laços importantes entre os dois países. É excecional », descreveu.

O deputado e candidato quer agora bater-se para disseminar o ensino da língua portuguesa em França.

« Tentámos abrir portas, temos uma magnífica temporada entre a França e Portugal em que muitas pessoas podem conhecer a rica história de Portugal e a sua proximidade com a França, mas falta ainda desenvolver o ensino da língua portuguesa em França. Precisamos encontrar verdadeiras soluções pelo menos para os territórios onde as pessoas querem aprender português », defendeu.

Para os próximos cinco anos, caso ganhe no seu círculo eleitoral, Ludovic Mendes gostaria de continuar à frente do grupo de amizade França-Portugal na Assembleia Nacional, apostando nas relações diplomáticas dos dois países para constituir alianças noutros continentes.

« Quero fazer as coisas de forma diferente e ver como conseguimos dinamizar juntamente com o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês esta relação. Quando temos um português à frente da ONU e sabemos a rede diplomática de que Portugal dispõe, acho que a França e outros países têm de se aperceber da importância da bacia do Mediterrâneo e esta vocação para a América do Sul », concluiu.

Depois da vitória de Emmannuel Macron na segunda volta das eleições presidenciais em abril, sobre a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, as legislativas vão definir a composição do próximo parlamento.

A primeira e segunda voltas das eleições legislativas estão marcadas, respectivamente, para 12 e 19 de junho.

 

Com Agência Lusa.

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