Desconfinament0/ Lisboa: centros comerciais fechados e carros têm limite de passageiros até 4 de junho

Tal como aqui se previu num artigo ontem, o desconfinamento doi adiado em Lisboa: centros comerciais ficam fechados e carros têm limite de passageiros até 4 de junho.Em causa está o facto de a grande maioria dos novos casos de covid-19 em Portugal se estar a verificar na área metropolitana de Lisboa

NUNO ANDRÉ FERREIRA/LUSA

Alfa / EXPRESSO

O aumento de casos em Lisboa vai mesmo levar a que o alívio das restrições seja atrasado na região. Ao contrário do que vai acontecer no resto do país, onde a terceira fase de desconfinamento arranca segunda-feira, na área metropolitana de Lisboa (Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra, Vila Franca de Xira) os centros comerciais continuam fechados até 4 de junho – o Governo reavalia nesse mesmo dia se permite a reabertura no dia seguinte.

Não é a única diferença entre Lisboa e Vale do Tejo e o resto do território português: também as lojas do cidadão, as lojas com mais de 400 metros quadrados e as feiras – estas últimas por decisão da Câmara Municipal de Lisboa – permanecem encerradas até 4 de julho. O anúncio foi feito por António Costa esta sexta-feira, no final da reunião do Conselho de Ministros.

Ainda na região de Lisboa, que a Direção-Geral de Saúde dizia esta semana representar uma situação « complexa » – conta com um índice de contágio mais elevado do que o norte ou o centro -, vão ser proibidos ajuntamentos de mais de dez pessoas (no resto do país sobe para 20) e a lotação dos transportes privados (Uber,por exemplo) fica limitada a dois terços, sendo obrigatório o uso de máscara. Haverá também um reforço da vigilância epidemiológica nas obras de construção civil e nos locais de trabalho temporário, assim como a previsão de planos de realojamento de emergência.

São medidas muito específicas e não é por acaso: como os especialistas em Saúde Pública explicaram na reunião desta semana no Infarmed aos responsáveis políticos, os novos surtos em Lisboa verificaram-se em boa parte em lugares onde há bolsas de pobreza, muitas vezes em comunidades de imigrantes que partilham habitações – em condições degradadas – ou em que são transportados sem cuidados, em grupo, para trabalhos temporários.

LOJAS, RESTAURANTES E GINÁSIOS ABERTOS NO RESTO DO PAÍS

Exceto em Lisboa, esta segunda-feira, 1 de junho, é mesmo o dia marcado para a reabertura das lojas maiores, assim como das lojas e restaurantes inseridos em centros comerciais, como estava previsto. E vai cumprir-se o desejo que o primeiro-ministro tinha expressado a 15 de maio, quando apresentou a segunda fase de desconfinamento: vai terminar a restrição aplicada, até agora, aos restaurantes, que só podiam receber até 50% da sua lotação máxima; ficam, no entanto, obrigados a manter a distância mínima de 1,5 metros entre os clientes – mas só podem usar todo o espaço se recorrerem a barreiras de acrílico.

Segunda-feira será também a data de reabertura dos ginásios (incluindo em Lisboa, das lojas do cidadão (em Lisboa ficam fechadas pelo menos até dia 4) – com marcação e uso de máscara obrigatório -, de cinemas, teatros, salas de espetáculo e auditórios (de acordo com as normas definidas pela DGS).

O teletrabalho continuará a ser obrigatório apenas para imunodeprimidos, doentes crónicos, pessoas com deficiência superior a 60% e pais que tenham de ficar com os filhos em casa. Nos restantes casos começará a ser desfasado – as empresas vão ter de definir turnos para garantir que continuam a não contar com todos os trabalhadores fisicamente presentes.

Apesar de o pré-escolar arrancar a 1 de junho, os ATL que não estiverem integrados em escolas só reabrem a 15 de junho. O que recomeça já este sábado são as cerimónias religiosas, embora respeitando as normas definidas em colaboração com a DGS.

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