« Dizias que querias ser agricultora ou futebolista como Cristiano Ronaldo » (irmã de Maëlys no funeral).

Várias centenas de pessoas participaram neste sábado em La Tour-du-Pin, na região da Isère, nas cerimónias fúnebres de Maëlys de Araujo, nove meses depois do desaparecimento e homicídio da menina lusodescendente, cujo corpo foi encontrado em fevereiro passado.

Foi uma cerimónia digna e muito emotiva, segundo relata a imprensa francesa. Maëlys desapareceu a 27 de agosto do ano passado em Pont-de-Beauvoisin, a cerca de 20 quilómetros de La Tour-du-Pin, durante a festa de um casamento.

« As nossas vidas ficaram despedaçadas há nove meses (…) eu partilhei nove anos de felicidade contigo », afirmou a mãe de Maëlys, Jennifer Cleyet-Marrel, no início da celebração na igreja de La Tour-du-Pin, marcada por um clima de comoção e em que predominavam flores brancas.

« Ao longo destes nove meses «correram muitas lágrimas nas nossas caras », acrescentou a avó da lusodescendente.

« Gostavas de brincar, cheia de vida », disse  o pai, Joachim de Araújo, filho de emigrantes portugueses. « Ficam as lembranças, o teu lugar na mesa da família está lá », acrescentou.

Igualmente muito digna, Coline, irmã de Maëlys, disse-lhe: « adeus, amo-te, melhor irmã do mundo ». « Contigo sentia-me bem…. Dizias que querias ser agricultora ou futebolista como Cristiano Ronaldo, tive muita sorte em teres estado na minha vida », acrescentou a irmã.

(na foto, a mãe, a irmã e o pai de Maëlys de Araújo)

No centro da localidade francesa, os comerciantes colocaram balões brancos à entrada dos respetivos estabelecimentos, como um símbolo de « inocência », segundo descreveu a agência noticiosa francesa France Presse (AFP).

O misterioso desaparecimento da menina de 9 anos, no verão do ano passado, comoveu a sociedade francesa e a numerosa comunidade portuguesa de França

Os restos mortais de Maëlys de Araújo seriam só encontrados em fevereiro passado.

Na mesma altura, Nordahl Lelandais, um antigo militar de 35 anos que tinha sido detido logo após o desaparecimento, confessou que tinha matado « involuntariamente » a criança, com um violento golpe na cara.

Apesar de quase todos os restos mortais da criança terem sido encontrados em fevereiro, as causas exatas da morte ainda estão por determinar.

A cerimónia na igreja de La Tour-du-Pin, com um limite de 400 lugares reservados para a família e para os amigos mais próximos, foi transmitida num ecrã gigante colocado num pátio exterior nas imediações do edifício, onde cerca de 200 pessoas, incluindo jornalistas, permaneceram durante as exéquias.

Os pais do cabo Arthur Noyer, um jovem militar que Nordahl Lelandais também confessou ter matado, também estiveram presentes na cerimónia.

Após a cerimónia na igreja, o funeral foi apenas reservado à família.

Ao início da manhã, vários habitantes de La Tour-du-Pin, sozinhos ou em família, colocaram coroas com flores brancas nos degraus da igreja e assinaram o livro de condolências colocado no exterior do edifício.

Rádio Alfa – com imprensa francesa e agências

 

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