O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, anunciou hoje que o confinamento em França vai mesmo chegar ao fim no dia 11 de maio, mas com mais restrições em quatro regiões incluindo a região parisiense.
« Na maior parte do país, conseguimos travar a vaga epidémica. Temos margem de manobra nos hospitais e estamos prontos para os testes. Noutras, o vírus ainda circula ativamente », referiu Édouard Philippe.
Assim, as quatro regiões do nordeste de França, Ile-de-France (região parisiense), Hauts de France, Bourgogne-Franche-Comté e Grand-Est, foram classificadas na cor vermelha, enquanto o resto do país foi classificado a verde.
Duas zonas foram assinaladas pelas autoridades francesas como especialmente a risco: a região parisiense, devido à sua densidade populacional e saturação dos hospitais, e Maiote, uma das regiões ultramarinas de França onde os casos continuam a aumentar. O confinamento vai continuar na Maiote até decisão em contrário.
Exceto Maiote, vai voltar a ser possível circular sem apresentar justificação desde que as deslocações sejam de menos de 100 quilómetros.
Acima daquela distância, será necessário apresentar uma justificação e os motivos aceites são profissionais ou assistência à família.
As fronteiras continuam fechadas com os outros países europeus pelo menos até 15 de junho e vão prolongar-se com pessoas vindas de outros países, indicou o ministro do Interior, Christophe Castaner.
A livre circulação vai ser mantida para os trabalhadores agrícolas vindos dos vários países europeus.
O desrespeito das medidas impostas tanto nas regiões verdes como vermelhas vai ser vigiado por 20 mil polícias que vão continuar a aplicar multas de 135 euros para quem as infringir.
Os transportes públicos vão ser reforçados, passando a oferecer em média 50% da oferta normal, com obrigação de máscara para todos os passageiros com mais de 11 anos.
Em Paris, os transportes nas horas de ponta vão estar reservados a quem apresentar uma justificação profissional para se deslocar.
A partir do dia 11 de maio, todos os comércios vão voltar a estar abertos, exceto locais de convívio como bares, cafés e restaurantes. Nas regiões verdes, estes estabelecimentos podem vir a ser reabertos já a partir do final de maio.
O ministro da Economia, Bruno Le Maire, que interveio juntamente com Philippe, anunciou que os encargos sociais das empresas vão ser suprimidos nos meses de março, abril e maio.
O IVA das máscaras vai passar a ser de 5,5%, anunciou ainda o ministro.
Esta segunda-feira vai assinalar também o regresso à escola para 130 mil professores com 80 a 86% das escolas a abrirem portas.
Quanto aos alunos, o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer disse que vão regressar à escola um milhão de crianças de forma progressiva. Na região de Île-de-France, o ensino básico vai continuar fechado e os liceus estão encerrados em todo o país.
Como já tinha sido anunciado anteriormente, estão proibidas aglomerações de mais de 10 pessoas na rua ou em casa e eventos com mais de 5.000 pessoas só a partir de setembro.
A reabertura das praias ou lagos vai ser decidida caso a caso pelas autoridades locais de cada região.
Os cultos religiosos poderão voltar a acontecer no fim do mês de maio, dependendo da evolução da pandemia.
O Governo francês anunciou ainda que é possível começar « a testar maciçamente » a covid-19 a partir de 11 de maio.
Caso o teste seja positivo, após o fim do confinamento, a pessoa será aconselhada a ficar em casa ou pode fazer um período de quarentena num hotel para não contaminar a família e as autoridades vão contactar todos os indivíduos com quem o doente esteve em contacto.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 263 mil mortos e infetou cerca de 3,7 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.
Alfa/Lusa.