Em crise, Aigle Azur deixa de voar para Portugal e vende operações à Vueling

A companhia francesa Aigle Azur, que tem como acionistas maioritários o grupo chinês HNA e o acionista de referência da TAP e da Azul, David Neeleman, vai vender as suas operações em Orly para Porto, Faro e Funchal como forma de obter liquidez para se manter a voar.

A Aigle Azur encontra-se em grandes dificuldades financeiras e, com a venda dos seus voos para Portugal, em princípio já concretizada à espanhola Vueling, pretende realizar fundos para continuar a existir e a operar para alguns dos seus outros destinos.

O « balão de oxigénio” financeiro pretendido com esta venda será da ordem de um mínimo de 20 milhões de euros. A reestruturação da empresa inclui igualmente a transferência da maioria dos seus voos para o Aeroporto Charles de Gaulle.

A venda já está consumada, segundo o presidente da companhia aérea, Frantz Yvelin. Fontes da Aigle Azur indicam que a Vueling assumirá os voos para Portugal no fim do verão e que as operações nas próximas semanas com Portugal ainda serão asseguradas pelo grupo francês.

Trata-se, para a Aigle Azur, de uma venda de emergência porque as contas da companhia estão no vermelho desde há vários anos e o seu futuro é incerto porque acumulou, segundo algumas fontes citadas em Paris, mais de 50 milhões de perdas.

Com um volume de negócios de 300 milhões de euros e 1150 assalariados, a companhia enfrenta grandes dificuldades para assumir os encargos, designadamente com o pagamento das prestações do aluguer da sua dezena de aviões.

Apenas terá neste momento disponíveis cerca de 25 milhões de euros, uma soma que em princípio lhe deverá permitir concluir os seus compromissos com cerca de 100 mil passageiros durante este verão.

Depois da época estival ainda não se sabe como a companhia garantirá a sobrevivência, dizendo-se que os seus acionistas principais, acima citados, não querem investir mais.

Devido ao « abandono » dos seus acionistas de referência, à sua asfixia financeira e à pressão dos seus credores, Aigle Azur vai certamente ter de continuar a procurar outras soluções para sobreviver no futuro.

 

 

 

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