Emigração portuguesa em 2020 foi a mais baixa nos últimos 20 anos
Segundo o Relatório da Emigração, a Suíça foi o principal destino da emigração portuguesa em 2020, seguida da França e do Reino Unido.
O número de emigrantes portugueses em 2020 foi o mais baixo dos últimos 20 anos, um valor para o qual contribuiu a covid-19 e o ‘Brexit’, de acordo com o Relatório da Emigração 2020, esta terça-feira apresentado em Lisboa.
Elaborado pelo Observatório da Emigração, um centro de investigação do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, o relatório indica que, de 80 mil saídas em 2019, esse número baixou para 45 mil em 2020.
A redução foi geral, englobando praticamente todos os destinos tradicionais da emigração portuguesa.
De acordo com este documento, que foi esta terça-feira apresentado no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, para esta quebra contribuíram a crise pandémica de covid-19 e a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit).
Em relação à pandemia, o impacto expressou-se através de « limites à mobilidade internacional com objetivos sanitários e a crise económica que resultou das políticas de confinamento para interromper as candeias de contágio ».
O ‘Brexit’ contribuiu através das barreiras às migrações para este país, na sequência do plano da saída do Reino Unido do espaço europeu de livre circulação.
Portugal era, em 2019, o primeiro país da União Europeia com mais emigrantes em percentagem da população: 25,7%.
Suíça foi o principal destino da emigração portuguesa em 2020, destronando o Reino Unido
No ano passado, optaram por viver na Suíça 7.542 portugueses, sendo este o segundo país do mundo com mais emigrantes portugueses: 210.731 em 2020.
Em segundo lugar surge a França, com 7.643 entradas em 2019, e em terceiro o Reino Unido, país que no ano anterior recebeu mais de 20.000 portugueses e que, em 2020, registou a entrada 6.664.
Segue-se Espanha, um dos poucos destinos importantes em que a entrada de portugueses vinha a aumentar continuadamente desde 2013.
Acima das 3.000 entradas por ano, surge a Alemanha (5.380 em 2020), o Luxemburgo (3.286 em 2020) e a Bélgica (3.215 em 2019).
Remessas de emigrantes totalizaram 3.612 ME em 2020, com a Suíça a liderar envios
As remessas dos emigrantes portugueses totalizaram, em 2020, 3.612 milhões de euros, mantendo-se a diminuição registada no ano anterior, com os residentes na Suíça a enviarem o maior valor para Portugal, de acordo com o Relatório da Emigração.
O valor total recebido foi de 3.612 milhões de euros, o que representa 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
A França, que liderava em termos do maior valor de remessas enviadas para Portugal, passou para segundo lugar, com a Suíça em primeiro, após uma subida de 4,9% no volume dessas remessas, que aumentaram de 988,70 milhões de euros em 2019 para 1.037 milhões em 2020.
Ainda assim, a França mantém-se como um dos países com mais transferências para Portugal: 1.036,6 milhões de euros em 2020, e também o Reino Unido (379,4 milhões de euros), Angola (245,5 milhões de euros) e os Estados Unidos (244 milhões de euros).
A Alemanha (225,9 milhões de euros), a Espanha (111,8 milhões de euros), o Luxemburgo (78,4 milhões de euros), a Bélgica (58,9 milhões de euros) e os Países Baixos (44,5 milhões de euros) também constam desta lista de maiores valores enviados pelos trabalhadores portugueses.