Emigrantes na Suíça procuram ajuda para regressarem a casa. Muitos portugueses que vivem na Suíça procuram ajuda para voltarem “à terra” e fazerem o confinamento junto das famílias, depois de as suas atividades profissionais terem sido interrompidas.
Muitos portugueses que vivem e trabalham na Suíça procuram ajuda para voltarem “à terra” e fazerem o confinamento junto das famílias, depois de as suas atividades profissionais terem sido interrompidas por causa da pandemia de covid-19.
Nestas últimas três semanas, as redes consulares, a embaixada e as associações de apoio à comunidade portuguesa na Suíça têm sido inundadas por telefonemas e e-mails com pedidos de orientação e esclarecimentos sobre as atuais condições de viagem para Portugal.
“Temos sido contactados, tanto por portugueses residentes na Suíça, que nos questionam sobre a possibilidade de voltar para junto das suas famílias em Portugal, como por famílias de emigrantes portugueses preocupadas com os seus familiares que ainda se encontram a trabalhar nas mais variadas áreas na Suíça”, disse à Lusa o presidente da Associação de Apoio à Comunidade Portuguesa (AACP) e conselheiro comunal na cidade de Vevey, Nuno dos Santos.
Segundo o dirigente associativo, o pânico e desespero são visível na hora dos contactos e “a principal preocupação da comunidade portuguesa residente na Suíça é ir para junto das suas famílias”.
“Muitos portugueses procuram esclarecimento quantos à exigências legais para viajar para Portugal em plena pandemia”, explicou Nuno dos Santos.
Da parte dos seus familiares em Portugal, preocupa-os sobretudo a “falta de informação relativamente à situação provocada pela covid-19 na Suíça”, afirmou.
No entanto, num comunicado divulgado no Portal Diplomático das comunidades “desaconselham-se fortemente a todos os cidadãos portugueses, não residentes em Portugal, todas as deslocações ao nosso país por via terrestre, podendo nomeadamente a entrada em território espanhol ser negada na fronteira entre França e Espanha a cidadãos nacionais que não apresentem prova bastante de residência habitual em Portugal”.
Jorge Reis, de 31 anos, gerente de uma empresa de limpeza com cerca de 30 clientes, no Cantão de Vaud, está em casa há uma semana.
O português relatou à agência Lusa que “o volume de trabalho reduziu significativamente e que a empresa foi obrigada a encerrar temporariamente porque a maioria dos seus clientes não queriam continuar em contacto com empregados de limpeza”.
“Trabalhamos essencialmente para lojas comerciais e clientes privados, visto que as lojas fecharam e os nossos clientes privados têm receio de continuar a ter contacto connosco, vimo-nos obrigado a encerrar a atividade temporariamente”, contou.
Residente há oito anos na Suíça, Jorge Reis vive sozinho e não tem nenhum membro da família a residir em terras helvéticas.
Questionado sobre a o desejo de regressar temporariamente a Portugal, para junto da sua família, disse que, quando tomou consciência da situação e do que seria viver um confinamento sozinho, nesse momento, passou-lhe pela cabeça regressar a casa.
“Quando tomei a decisão, há uma semana, de passar o confinamento junto dos meus já era tarde. Nessa altura já tinha sido ordenado o fecho das fronteiras e os voos cancelados”, lamentou.
Segundo dados oficiais publicados esta manhã pelo OFSP – Office Fédéral de la Santé Publique, foram registados até ao momento na Suíça 20.278 casos positivos e 540 mortes.