
O antigo Presidente da República, condenado a cinco anos de prisão efetiva no caso líbio, deverá começar a cumprir a pena esta terça-feira, 21 de outubro, na ‘prison de la Santé’, em Paris.
“Era normal, do ponto de vista humano, que eu recebesse um dos meus antecessores”. Em deslocação à Eslovénia, Emmanuel Macron comentou o muito falado encontro com Nicolas Sarkozy no Eliseu, numa altura em que o ex-chefe de Estado se prepara para iniciar a sua pena de prisão esta terça-feira, 21 de outubro, na prisão da Santé, em Paris, no âmbito do processo líbio.
O chefe de Estado aproveitou ainda a ocasião para reafirmar a sua posição firme sobre a separação de poderes, recordando já ter feito “declarações públicas muito claras sobre a independência judicial”.
Estas palavras fazem eco das fortes condenações que expressou recentemente após as ameaças de morte dirigidas aos magistrados que julgaram Nicolas Sarkozy — ataques que classificou de “inadmissíveis”.
“O Estado de direito é o alicerce da nossa democracia. A independência do poder judicial, a sua imparcialidade e a proteção dos magistrados que a exercem são os seus pilares essenciais”, declarou então o Presidente da República.
Duas investigações foram, aliás, abertas na sequência dessas ameaças.
Cela de 11 m², sem telemóvel…
Condenado no passado dia 25 de setembro por “associação criminosa” pelo tribunal correccional de Paris, Nicolas Sarkozy foi considerado culpado de ter permitido que os seus colaboradores próximos solicitassem financiamentos ilícitos ao regime líbio de Muammar Kadhafi. Foi, no entanto, absolvido das acusações de “receptação de desvio de fundos públicos” e de “corrupção passiva”.
O antigo presidente cumprirá a pena numa cela de 11 metros quadrados, equipada com uma janela selada e uma pequena televisão, mas sem telemóvel. Ficará em isolamento. Segundo informações avançadas pelo Le Figaro, levará consigo duas obras: O Conde de Monte Cristo, em dois volumes, e a biografia de Jesus, de Jean-Christian Petitfils.
Num gesto de apoio, o seu filho, Louis Sarkozy, partilhou no sábado passado um apelo a uma concentração no 16º arrondissement de Paris, no dia da entrada do pai na prisão.
Com Agências e BFMTV.