Emmanuel Macron diz ter ouvido franceses e promete melhoria da situação laboral. Reforma das pensões é « necessária »

Foto. Emmanuel Macron, 22 março 2023, entrevista na France 2 e TF1 - (Foto de Ilustração) - Rádio Alfa

Emmanuel Macron diz ter ouvido franceses e promete melhoria da situação laboral

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linkedin sharing buttonAlfa/ com Lusa
whatsapp sharing buttonO Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou ontem « não ser surdo » à contestação da reforma do sistema de pensões, que insiste ser « necessária », e anunciou novas medidas para melhorar a situação laboral no país, incluindo salários.

« Esta raiva existe porque alguns sentem que fazem a sua parte, mas não se sentem recompensados. Ninguém pode ficar surdo, sobretudo eu, em relação às reivindicações de justiça social. A resposta não pode estar no imobilismo nem no extremismo, devemos agir em conjunto », afirmou Macron numa mensagem televisiva de cerca de quinze minutos, emitida ontem às 20:00 locais.

O líder francês respondeu assim aos protestos que têm vindo a paralisar a França nos últimos meses devido à conturbada aprovação da reforma do sistema de pensões.

Sem recuar nesta reforma, Macron propôs aos franceses 100 dias de apaziguamento social, insistindo desde logo em melhorias no mundo do trabalho.

« Vou lançar a partir de terça-feira negociações com os patrões e sindicatos sem limites nem tabus sobre temas essenciais como melhoria de salários, progressão das carreiras, melhor distribuição da riqueza, melhoria das condições de trabalho e mais trabalho para os seniores », anunciou o Presidente.

Outro tema a que Macron prometeu dar atenção foi à justiça e à manutenção da ordem no país, com a criação de mais brigadas de polícia e controlo da imigração ilegal.

Noutro campo de ação, o líder francês disse que já no próximo ano letivo os professores serão mais bem pagos e que 600 mil franceses vão passar a ter médico de família.

Os sindicatos já vieram responder, reiteraram que não haverá qualquer encontro com o Presidente antes do 1º de maio, jornada simbólica em que a intersindical que agrega pelo menos 11 centrais sindicais pretende fazer uma das maiores manifestações de rua dos últimos anos, de forma a mostrar o descontentamento face ao aumento da idade da reforma de 62 para 64 anos.

Após a decisão favorável do Conselho Constitucional face a esta reforma, tendo apenas rejeitado alguns pontos na decisão conhecida na passada sexta-feira, Macron decidiu promulgar a reforma na noite de sexta-feira para sábado.

Macron tinha 15 dias para promulgar a lei e a promulgação imediata enraiveceu os sindicatos que tinham pedido ao Presidente uma moratória para a aprovação final.

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