A empresa promotora da Superliga, A22, propôs hoje “uma nova competição europeia aberta”, com “64 clubes divididos em três ligas” de futebol nos masculinos e 32 clubes repartidos por duas ligas” em femininos.
A proposta da A22 surge pouco depois de o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) considerar contrária à legislação europeia a decisão da FIFA e da UEFA de proibir futebolistas e clubes de participarem em competições privadas, tal como a Superliga proposta em 18 de abril de 2021.
O modelo que a A22 vem apresentar, criado ainda em outubro de 2022, e após um fracasso do primeiro projeto, de abril de 2021, não diz ainda nada sobre o calendário ou apoio dos clubes europeus, mas promete a transmissão gratuita dos encontros da competição.
Segundo a empresa, a responsabilidade estaria a cabo de uma plataforma de ‘streaming’.
“A nova proposta de competição é o resultado de um extenso diálogo durante os últimos 18 meses, com muitas pessoas do mundo do futebol envolvidas”, assinalou Bernd Reichart, diretor executivo da A22.
A empresa acredita que a decisão de hoje do TJUE « põe fim ao monopólio da UEFA », invalidando as suas regras de 2021, então com a proibição da Superliga e a ameaça de sanções aos clubes promotores e aos futebolistas participantes, embora o organismo tenha reformulado o texto em junho de 2022.
Na proposta hoje apresentada por Reichart, a empresa A22 detalhou um projeto substancialmente diferente do original, uma vez que não terá nenhum membro permanente e funcionará num sistema de promoção e despromoção, prevendo “pagamentos solidários” no futebol europeu de um mínimo de 400 milhões euros.
A ideia é fundamentar um modelo desportivo europeu, com competições abertas baseadas no mérito desportivo e com redistribuição financeira, afastando-se do projeto inicial, destinado a uma elite de clubes ultra ricos.
“Para o primeiro ano de competição, os clubes serão selecionados com critérios transparentes e fundamentados nos desempenhos”, acrescentou a A22, explicando que os jogos seriam a meio da semana e concorreriam com as competições de clubes da UEFA.
Para a empresa promotora, as receitas têm proveniência “na publicidade, assinaturas ‘premium’, parcerias de distribuição, serviços interativos e patrocínios”, mas sem especificar quais os parceiros.
O mais alto órgão administrativo da UE considerou que a UEFA e a FIFA abusaram da sua « posição dominante » na sua ação contra a criação da controversa Superliga de futebol.
Real Madrid e FC Barcelona são os resistentes entre os 15 fundadores do projeto original – apesar de só terem sido revelados 12 -, que preconizava uma competição com 20 clubes, que foi contestada por diversos quadrantes, desde as estruturas da modalidade até aos governos nacionais, passando pelos próprios adeptos.
Em outubro de 2022, foi criada a empresa A22, promotora do projeto, que readaptou o plano inicial, em fevereiro de 2023, sob novos princípios e um modelo com 60 a 80 clubes, que fosse aberto, sem membros permanentes e alicerçado no mérito desportivo.
Com Agência Lusa.