« Investimento francês continua a crescer enquanto a língua volta a ganhar espaço », escrevia há dias em título o Jornal Económico.
Com efeito, 750 empresas de Portugal têm capitais estrangeiros, designadamente franceses, e empregam 60 mil pessoas, sendo as primeiras entre as estrangeiras presentes no país que mais trabalhadores empregam.
O investimento francês em Portugal está em setores tão relevantes como a indústria automóvel (sobretudo com os grupos PSA e Renault) e de componentes, a aeronáutica, as energias renováveis (com a Engie), o digital, as TI, as novas tecnologias ou a distribuição.
A França é segundo país a mais investir em Portugal.
A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa revela a crescente importância da França nas áreas do comércio, investigação e imobiliário, mas também no ensino e na cultura. Neste último aspeto a procura é muita e, no ensino da língua francesa, começam a faltar meios.
Aprender francês é importante para os portugueses poderem integrar-se mais facilmente nas empresas francesas e para os filhos dos reisdentes franceses. Ao invés, franceses presentes no país também procuram um melhor conhecimento da língua portuguesa e do país, para favorecerem a sua instalação.
« Entre os setores de maior apetência para atrair cidadãos franceses está o imobiliário. O regime fiscal dos Residentes Não Habituais, criado em 2009, oferece a isenção de IRS aos reformados e uma taxa reduzida de impostos aos rendimentos do trabalho. Este sistema tem atraído reformados e profissionais de alto valor acrescentado, situação que teve grande impacto no setor imobiliário, figurando os cidadãos franceses entre os estrangeiros com maior volume de compras », Lê-se no JE, que acrescenta:
« Recorde-se que o programa de Residentes Não Habituais gerou um investimento direto que está calculado entre os nove mil milhões e os 11 mil milhões de euros ao longo de 10 anos ». Envolve 25 mil cidadãos de 146 países mas os franceses estão à frente ».
« Na distribuição, o domínio é totalmente francês com as marcas Auchan e Leroy Merlin, Decathlon, Leclerc, Conforama, Fnac, La Redoute ou o Intermarché. Nas telecomunicações temos a Altice que controla a Meo, enquanto na indústria de iluminação pontua a Legrand. No setor financeiro o destaque vai para o BNP Paribas, que tem um hub em Portugal. Outros grupos relevantes são a própria Bolsa de Valores de Lisboa, controlada pela Euronext de Paris, ou ainda bancos com forte pendor tecnológico como o Natixis. Pelo meio figuram ainda nomes tão relevantes como a Altran, a Europcar ou a Teleperformance. Este conjunto de empresas permitiu que se tornassem os segundos maiores investidores diretos em Portugal, calculando-se o stock de investimento direto de França em Portugal nos 6,3 mil milhões de euros, de acordo com um trabalho desenvolvido pelo BNP Paribas », conclui o jornal.
Poucos são os setores de atividade em Portugal onde não estejam envolvidos franceses.