Erdogan ataca líderes « gananciosos e incompetentes » da Grécia e França
“O povo grego aceita o que lhes pode acontecer por causa dos seus líderes gananciosos e incompetentes?”, questionou Erdogan durante uma cerimónia de entrega de diplomas a oficiais, em Ancara.
“Os franceses sabem o preço que terão de pagar por causa dos seus líderes gananciosos e incompetentes?”, acrescentou.
Essas declarações foram feitas hoje, no dia em que a Turquia celebra o Dia da Vitória, um feriado nacional que marca a derrota das forças gregas pelo exército de Mustafa Kemal Ataturk, em 1922, durante a Guerra da Independência da Turquia.
Um século depois, Ancara e Atenas, que lutam pela partilhas dos imensos recursos de gás do Mediterrâneo, fazem soar os tambores da guerra, multiplicando manobras navais sob o olhar de uma Europa preocupada.
Estas observações do Presidente turco refletem a volatilidade da situação no Mediterrâneo, depois de três semanas de uma escalada de tensões desencadeada a 10 de agosto, quando a Turquia enviou um navio de pesquisa sísmica para águas reivindicadas por Atenas.
Num sinal de apoio aos gregos, a França intensificou, na semana passada, a sua presença militar no leste do Mediterrâneo, tendo Paris denunciado hoje o “comportamento de escalada” de Ancara.
“Quando se trata de combater, não hesitamos em dar mártires. A questão é: aqueles que se rebelaram contra nós no Mediterrâneo e [Médio Oriente] estão prontos para os mesmos sacrifícios?”, atirou Erdogan.
Ancara, que se mostra inflexível perante as ameaças de sanções europeias, anunciou também no sábado novas manobras militares no norte da ilha do Chipre.
O vice-presidente turco, Fuat Oktay, alertou no mesmo dia contra qualquer extensão das águas territoriais gregas para 12 milhas náuticas, em comparação com as seis atuais. Isso constituiria um “casus belli”, segundo Oktay.
As disputas entre a Grécia e a Turquia pela busca de hidrocarbonetos no Mediterrâneo oriental e as respetivas jurisdições marítimas estão a aquecer nas últimas semanas, após a assinatura entre Atenas e Cairo de um acordo que delimita as zonas económicas exclusivas de ambos os países, algo que a Turquia não reconhece.
Em resposta, a Turquia enviou um navio para exploração de petróleo e gás para uma área em que a Grécia considera estar sob sua jurisdição.