Espanha foi o maior investidor direto em Portugal no ano passado, enquanto a China, os EUA e França investem em Portugal sobretudo através de outros países, segundo dados do Banco de Portugal (BdP), divulgados hoje.
De acordo com as novas estatísticas de posições de investimento direto por investidor final, que o regulador lançou hoje, Espanha era o país de residência dos detentores finais com maiores posições de investimento direto em Portugal, seguido por Portugal, França, Reino Unido e China.
Os dados revelam diferenças face à análise com base na contraparte imediata, na qual existia uma maior concentração, em que Espanha, Países Baixos, Luxemburgo, França e Reino Unido eram os países que lideravam as posições de investimento direto em Portugal.
Segundo a nova informação, os 20 maiores países investidores finais, em conjunto, representavam 93% do valor total do investimento do exterior em Portugal no final de 2021.
Os dados do BdP revelam ainda que os investimentos provenientes dos Países Baixos e do Luxemburgo têm, maioritariamente, origem noutros países.
Segundo a análise, 41% da posição de investimento direto chinês em Portugal era detida através do Luxemburgo, 22% através de Hong Kong, e apenas 28% diretamente, sem utilizar países terceiros.
Já quando o investidor final é França, 66% da posição de investimento direto em Portugal em 2021 era detida diretamente por entidades francesas e 28% com recurso a entidades intermediárias sediadas no Luxemburgo.
Os dados apontam ainda que quando o investidor final foi Portugal “estava associado à passagem do investimento com origem e destino em Portugal por entidades intermediárias residentes nos Países Baixos e no Luxemburgo (59% e 17%, respetivamente)”.
Os dados revelam ainda que, de forma geral, grande parte deste investimento se realizou sob a forma de capital.
“No entanto, existiam diferenças geográficas. Aquela percentagem era mais elevada no caso dos BRICS (97%) e mais baixa no caso dos países pertencentes à União Europeia (82%)”, refere o BdP.
Numa análise por setor de atividade económica, observa-se que 38% do investimento direto realizado no setor da eletricidade, gás e água provinha da China, enquanto 31% do investimento nas indústrias transformadoras portuguesas tinha origem no Reino Unido.
O BdP lançou hoje as novas estatísticas de posições de investimento direto por investidor final, que permitem identificar a origem do investimento, isto é, o país da contraparte final ou o investidor final, de modo a aferir quem detém ou controla o investimento, usufrui do rendimento e assume o risco.
As novas estatísticas do regulador, que apenas 17 países no mundo publicam, serão divulgadas trimestralmente.
Com Agência Lusa.