O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse no discurso que proferiu junto ao Palácio do Planalto, em Brasília, que este « é o dia em que o povo se começou a libertar do socialismo ».
Alfa/Expresso/LUSA/Outras fontes
Bolsonaro recebeu a faixa presidencial e voltou a defender a legítima defesa e o direito de propriedade. Também voltou a dizer que é preciso acabar com as « ideologias nefastas », a corrupção, « os privilégios e as vantagens », e restabelecer « padrões éticos e morais que transformarão o Brasil ».
O novo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, recebeu esta terça-feira a faixa presidencial de Michel Temer, chefe de Estado cessante, que sucedeu a Dilma Rousseff há dois anos.
Milhares de brasileiros encheram o espaço defronte do Palácio do Planalto, em Brasília, para assistir ao fim das cerimónias de tomada de posse do novo Presidente, que terminaram com a passagem da faixa presidencial entre os dois políticos.
« A NOSSA BANDEIRA JAMAIS SERÁ VERMELHA »
Depois de receber a faixa presidencial, Bolsonaro leu um discurso já escrito. « Este é o dia em que o povo começou a libertar-se do socialismo, a libertar-se da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto », começou desde logo por referir o Presidente brasileiro, perante milhares de apoiantes e ladeado pela sua mulher e por uma intérprete de linguagem gestual.
Depois, sublinhou que é preciso tirar « o peso do governo de quem trabalha », « acabar com a ideologia que defende bandidos e criminaliza polícias » e defendeu ainda o direito de propriedade e a legítima defesa, conforme tinha já feito no Congresso no momento da tomada de posse, momentos antes.
Jair Bolsonaro afirmou que é preciso « fazer com que o Brasil ocupe o lugar de destaque que merece no mundo » e chamou a atenção para a necessidade de « tirar o viés ideológico das relações internacionais. « Vamos restabelecer a ordem nesse país. Sabemos do tamanho da responsabilidade e dos desafios que vamos enfrentar ». Mas também sabemos, continuou Bolsonaro, « onde queremos chegar e do potencial que nosso Brasil tem » – « por isso, vamos dia e noite perseguir o objetivo de tornar o nosso país um lugar próspero ».
O recém-empossado Presidente brasileiro voltou a falar em acabar com as « ideologias nefastas » que, a seu ver, destroem os valores e as tradições do país e apelou ao restabelecimento de « padrões éticos e morais que transformarão o Brasil ». « A corrupção, os privilégios e as vantagens precisam acabar. Os favores partidarizados devem ficar no passado para que o governo e a economia sirvam de verdade à nação ».
Voltou também a agradecer ao povo brasileiro – que ajudou a « montar um governo sem conchavos ou acertos políticos » e permitiu que Bolsonaro fosse eleito « com a campanha mais barata da história », e referiu-se várias vezes a Deus – Deus que « preservou » a sua vida e Deus que lhe está no « coração » e ao qual pediu « sabedoria » para conduzir os destinos da nação. « Brasil acima de tudo, Deus acima de todos ».
O Presidente brasileiro encerrou o seu discurso exibindo uma bandeira do Brasil e afirmou: « A nossa bandeira jamais será vermelha ». E se for necessário « derramar sangue » para que ela « continue verde e amarela », então que assim seja.
O Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, elogiou Bolsonaro pelo seu « grande discurso ».