Estado da nação: Portugueses vivem melhor « no país do PS » e não há alternativa – Eurico Brilhante Dias 

O lider parlamentar do Partido Socialista (PS), Eurico Brilhante Dias, intervém durante o debate sobre o estado da Nação na Assembleia da República em Lisboa, 20 de julho de 2023. TIAGO PETINGA/LUSA

O líder da bancada socialista defendeu hoje que os portugueses vivem melhor « no país do PS, no país governado pelo PS », acusando a oposição à direita de ter falhado nas suas previsões e de não constituir alternativa.

« Felizmente os portugueses e as portuguesas vivem no país do PS, no país governado pelo PS, não vivem no país negro, macambúzio, sem futuro que constantemente a nossa oposição à direita apresenta », afirmou Eurico Brilhante Dias, durante o debate sobre o estado da nação, na Assembleia da República.

Dirigindo-se ao primeiro-ministro, o líder parlamentar do PS acrescentou: « A estabilidade política é um elemento central, e a pergunta que deixo, a questão que fica, perante a falta de alternativa, e perante os erros da oposição, é como vamos prosseguir com estabilidade política para que daqui a um ano os portugueses e as portuguesas e o país estejam melhores ».

« Senhor deputado, só tenho uma divergência consigo. É que há uma alternativa, e a alternativa deles é muito simples: é voltar a andar para trás, para o ciclo de empobrecimento em que sempre governaram », respondeu o primeiro-ministro.

António Costa aproveitou a interpelação do PS para retomar a mensagem que já tinha deixado na sua intervenção inicial de que a oposição errou as previsões, que foi reforçada também por Eurico Brilhante Dias, e lembrou o período de governação PSD/CDS-PP.

Segundo o primeiro-ministro, « eles andam desde 2015 a continuar a errar no diagnóstico, como entre 2011 e 2015 não conseguiram retirar o país da situação do défice excessivo nem de endividamento excessivo a não ser arrastar o país para a austeridade, sem crescimento e com empobrecimento ».

No início da sua intervenção, Eurico Brilhante Dias fez alusão a uma afirmação do atual presidente do PSD, Luís Montenegro, quando era líder parlamentar, durante a governação PSD/CDS-PP, de que a vida das pessoas não estava melhor, mas o país estava.

« Portugal está melhor porque os portugueses e as portuguesas estão melhores. Para o PS, Portugal só está melhor se os portugueses e as portuguesas estão melhores. Para nós, não há uma realidade paralela em que o país pode melhorar mas os portugueses e as portuguesas viver pior », contrapôs o socialista.

O líder parlamentar do PS elogiou a ação do Governo « perante a crise, perante as dificuldades, perante a emergência », destacando as « políticas que apoiaram os mais vulneráveis ».

Depois, Eurico Brilhante Dias acusou a oposição, e em particular o líder da bancada social-democrata, Joaquim Miranda Sarmento, de continuar « com a cantilena do empobrecimento » e desvalorizar o crescimento da economia, os aumentos dos salários, os números do emprego, o investimento estrangeiro e o índice de confiança dos consumidores.

« Todas as profecias da oposição à direita falharam, não aconteceram, erraram », disse.

Em resposta ao PS, o primeiro-ministro ressalvou que « o país tem muitos problemas, as famílias têm problemas, as empresas têm problemas, os serviços públicos têm problemas ».

Logo de seguida, distinguiu nestes termos o Governo e a oposição: « A oposição discursa sobre os problemas, é um exercício de retórica sobre os problemas. Nós não fazemos retórica sobre os problema, os problemas para nós são reais e o que exigem é respostas e soluções, e é para isso que nós trabalhamos ».

Relativamente ao discurso da oposição, António Costa contestou em particular a ideia de que o Governo subiu impostos: « A receita sobe porque a economia está a crescer, há muito mais pessoas a trabalhar, os salários estão a subir e por isso as contribuições para a Segurança Social estão a aumentar ».

 

Ventura advertido por Santos Silva após comparar país a « casa de alterne »

O líder do Chega acusou hoje o primeiro-ministro de querer transformar o país numa “casa de alterne”, expressão que lhe valeu uma advertência do presidente do parlamento, com António Costa a considerar que André Ventura pretende degradar a democracia.

Num primeiro pedido de esclarecimento durante o debate sobre o estado da nação, que decorre esta tarde na Assembleia da República, o presidente do Chega abordou a recente operação liderada pela Política Judiciária para pôr fim a uma alegada rede de imigração ilegal e criticou os critérios de entrada de estrangeiros no país.

André Ventura considerou que estas pessoas se aproveitaram do “registo automático, que é uma burla, é um engano, é transformar isto numa bandalheira, em que qualquer pessoa entra, se regista e depois anda pela Europa a dizer que tem um pré-contrato de trabalho”.

Na sua intervenção, o deputado disse também que Portugal é “o décimo país que pior paga da União Europeia” e considerou que este é o estado da nação a que o primeiro-ministro conduziu o país.

“Queremos fazer do país, não este país de salários baixos, mas um país que fosse a melhor casa de família da Europa. O senhor primeiro-ministro quer fazer deste país a maior casa de alterne da Europa, é isso que quer fazer de Portugal”, acusou.

Esta expressão valeu-lhe uma advertência por parte do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que considerou ser “absolutamente excessiva num parlamento”.

Na resposta, o primeiro-ministro classificou a intervenção de André Ventura “como a ilustração daquilo que qualificou como a degradação da democracia”.

António Costa não se referiu à questão da imigração mas, quanto às remunerações, apontou que “ninguém discute” que “Portugal é um pais que tem salários baixos”, já “nem sequer as confederações patronais”.

“E por isso nós fixámos como meta e objetivo desta legislatura chegarmos ao fim da legislatura com um peso dos salários no PIB idêntico ao da média europeia, ou seja, subir de 43% onde estávamos em 2021 para 48% no final desta legislatura”, salientou, indicando que o Governo está tem prosseguido este objetivo.

O chefe do Governo assinalou que o salário mínimo nacional e os salários da função pública tem vindo têm vindo a subir e assim vão continuar, deixando uma garantia: “Connosco não haverá corte nem congelamento de salários”.

 

Com Agência Lusa.

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