EUA. Destituição de Trump. Falta o julgamento do Senado

Trump apela ao “cessar-fogo imediato” e às negociações entre Ucrânia e Rússia (Foto Ilustração).

Câmara dos Representantes dos EUA vota pela destituição de Trump. Falta o julgamento do Senado

Foto JABIN BOTSFORD/THE WASHINGTON POST/GETTY IMAGES

Os dois artigos que sustentam o processo de destituição de Donald Trump foram aprovados pela maioria democrata. Segue-se a votação no Senado, onde os republicanos dispõem de maioria, facto que vai tornar difícil a obtenção de dois terços de votos necessários para afastar o Presidente da Casa Branca

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A Câmara dos Representantes aprovou nesta quarta-feira [madrugada de quinta-feira em Portugal] os dois artigos em que se baseia o atual processo de destituição de Donald Trump. Após mais de seis horas de debate, os representantes procederam à votação dos artigos que acusam o Presidente dos Estados Unidos de abuso de poder e de obstrução à justiça e os resultados foram ao encontro das previsões. A maioria democrata deu voto favorável às duas acusações e o caso segue agora para o Senado, onde a concretização do afastamento de Trump necessita de dois terços dos votos, uma tarefa difícil de concretizar, já que os republicanos detêm uma maioria que deverá manter-se ao lado do Presidente.

Os democratas consideram que Trump abusou do cargo que ocupa ao pedir a Kiev para investigar Joe Biden, um dos candidatos mais bem posicionados para conseguir a nomeação democrata nas eleições de 2020. A acusação de obstrução baseia-se em parte nas diretivas da Casa Branca para que os seus funcionários não cooperassem com o inquérito à destituição presidencial.

A investigação centra-se nas alegações de que Trump pressionou a Ucrânia a anunciar publicamente uma investigação ao ex-vice-Presidente Biden. Em concreto, o Presidente Volodymyr Zelensky deveria anunciar que estava em curso uma investigação à produtora de gás Burisma, que contratara Hunter, filho de Joe Biden, e só assim Kiev receberia a prometida ajuda militar norte-americana.

A ajuda à Ucrânia foi finalmente libertada em setembro, depois de um denunciante ter dado o alerta sobre um telefonema de 25 de julho entre os Presidentes Trump e Zelensky. A queixa do denunciante levou os democratas a darem início a uma investigação de ‘impeachment’.

Ao chegar ao Senado, de maioria republicana, o ‘impeachment’ só resultaria na destituição de Trump se fosse votado favoravelmente por dois terços dos senadores. Até ao momento, nenhum senador republicano deu indicação de que votaria nesse sentido, pelo que, chumbado na câmara alta, o processo morreria e Trump continuaria no cargo, como, de resto, aconteceu com Bill Clinton.

O Presidente nega ter cometido quaisquer irregularidades e classifica o processo de ‘impeachment’ como “uma farsa”. Os democratas acusam-no de ter colocado a Constituição americana em risco, comprometendo a segurança nacional e a integridade das eleições do próximo ano.

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