Europeias: distância geográfica das mesas agrava abstenção de emigrantes
Conselheiros portugueses lamentam resposta ineficaz ao aumento de eleitores no estrangeiro. Recenseamento automático para os portugueses aumentou o número de eleitores de 318 mil para 1,4 milhões. Obstáculo nas comunidades portuguesas é a distância geográfica das mesas de voto
O Conselho Regional da Europa (CRE) do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) lamentou esta quinta-feira a falta de resposta ao aumento substancial de eleitores portugueses no estrangeiro, que votam sábado e domingo nas europeias.
Em dezembro passado, o recenseamento automático para os portugueses residentes no estrangeiro, previsto na nova lei eleitoral, aumentou o número de eleitores de 318 mil para 1,4 milhões.
No entanto, o desdobramento das mesas de voto ficou « muito aquém do necessário », lamentou a CRE, em comunicado, sublinhando que « o aumento de 20% é insuficiente para responder ao aumento de mais de 400% do universo eleitoral ».
« Um dos principais obstáculos ao cumprimento deste dever e direito cívico é a distância geográfica das mesas de voto », logo, « aumentar as mesas de voto no mesmo local não é a prioridade », mas sim « assegurar a diversidade geográfica », sustentou.
Na nota, assinada pela presidente da CRE-CCP, Luísa Semedo, e pelo secretário Amadeu Batel, os conselheiros lamentaram que « a publicação dos editais com a informação sobre as mesas de voto e os horários anunciada para dia 11 de maio, só tenha sido efetuada dia 22 de maio ».
Para o futuro, o CRE apelou às comunidades portuguesas na Europa para que trabalhem « ativa e empenhadamente no combate à abstenção ». E advertiu: « Se ocorrer um alto nível de abstencionismo, o ónus dessa ocorrência não lhes poderá ser atribuída. »
« Uma lei não é suficiente se os meios, entre muitas outras condições para a sua aplicação, não forem garantidos », concluiu.
Luísa Semedo, Presidente do CRE do CCP e cronista regular da Alfa assina o comunicado com o vice-presidente, Amadeu Batel