Alfa/ Daniel Ribeiro (Opinião)
Em vésperas de eleições, é neste estado que as coisas estão em França: talvez à beira de uma tragédia ou de, pelo menos, de resultados inconclusivos e possivelmente conflituosos. Será certamente uma nova geração que se afirma e que vai decidir o futuro da França.
De qualquer modo, seja qual for o resultado do escrutínio da segunda volta de domingo, 07, será uma eleição que marcará uma radical mudança de época.
A última vez que o país mudou desta forma tão profunda foi em 1981, com o socialista François Mitterrand.
Agora, a França, país fundador da União Europeia, marco fundamental da História política europeia e do seu pensamento filosófico está prestes a avançar para algo desconhecido.
Num trabalho de assinalável qualidade, o ensaísta Pierre Vermeren, define o que vai acontecer no domingo: é o contrário de 10 de maio de 1981 – a geração de Mitterrand vai deixar de designar a representação política em França.
Porque as élites que se desenvolveram e enriqueceram sob a proteção do Estado não souberam nem quiseram ler o sofrimento e o radicalismo que as classses populares manifestaram durante manifestações e revoltas sucessivas que desde há alguns anos se desenrolaram a França.