
A França está à beira de uma nova crise política, depois do primeiro-ministro, François Bayrou, ter anunciado que vai submeter o seu Governo a um voto de confiança a 8 de setembro.
Em causa está o seu plano que prevê um corte de 44 mil milhões de euros no orçamento do próximo ano, que foi rejeitado por parte da oposição e pela maioria da população.
O chefe do Governo considera que é preciso um esclarecimento sobre a situação orçamental e entende que deve ser o Parlamento pronunciar-se sobre os cortes propostos e não a « desordem das ruas ».
Consciente de que não dispõe de uma maioria clara, François Bayrou, justificou esta moção de confiança, que abre a porta à queda do executivo e a uma futura instabilidade política, com o argumento de que seria mais arriscado não fazer nada.
« Se tivermos uma maioria, o Governo é confirmado. Se não tivermos, o Governo cai », resumiu.
A verdade é que a oposição já pensa na era pós-Bayrou. O primeiro ministro afirmou que os deputados têm « treze dias » para « dizer se estão do lado do caos ou da responsabilidade ».
No entanto, as reações da oposição não dão esperanças de sucesso para o Governo. O partido França Insubmissa (LFI, esquerda radical) e o Partido Comunista Francês (PCF) anunciaram, em separado, que iriam votar para « derrubar o Governo ».
Por seu lado, o partido de extrema-direita União Nacional (RN) declarou que não iria votar a favor da confiança, com o seu presidente, Jordan Bardella, a prever « o fim do Governo ».
Segunda crise política no mesmo ano:
França está, assim, a mergulhar novamente na incerteza política, apenas oito meses após a tomada de posse do seu Governo, que corre o risco de cair pela mesma razão que a do seu antecessor, Michel Barnier: a incapacidade de aprovar um orçamento para o país.
Com RTP e BFMTV.