França garante manifestação contra aumento de combustíveis mas sem bloqueios no país

O Governo francês garantirá a liberdade dos « coletes amarelos » para se manifestarem em todo o país, no sábado, contra o aumento dos preços dos combustíveis, mas « bloquear um país » não é « aceitável », advertiu hoje o primeiro-ministro francês.

Estaremos muito atentos, muito focados, muito vigilantes para garantir que a liberdade de manifestação será respeitada, mas também que a liberdade de circulação seja garantida », disse Édouard Philippe, durante uma viagem ao departamento de Essone.

« Podemos manifestar-nos, mas bloquear um país sabendo-se que os serviços de emergência podem precisar circular e para todos aqueles que precisam circular amanhã (sábado) não é, obviamente, aceitável », declarou.

Os « coletes amarelos », um coletivo surgido espontaneamente através das redes sociais, explicou que a principal razão para rejeitar os aumentos dos combustíveis é que nem todo o dinheiro arrecadado vai para a transição energética.

O primeiro-ministro disse que deve haver um « limite », para que não se coloque em risco « a segurança dos que se manifestam ou daqueles que não desejam manifestar e querem circular livremente ».

Com o ministro da Transição Ecológica, François de Rugy, o chefe de governo deslocou-se hoje pela manhã a Linas-Montlhéry (Essonne), no local onde é verificada a conformidade dos veículos com as normas europeias, particularmente em termos de poluição.

Ambos os políticos participaram num teste de emissões de gases em laboratório.

« O que queremos não é restringir os franceses, não é dizer-lhes que fizeram uma escolha e agora pagam pelas consequências », defendeu Philippe.

« É ao contrário, é acompanhá-los na transformação dos seus hábitos ou na aquisição de um novo veículo » menos poluente, disse.

Depois de vários aumentos sobre os combustíveis, que começaram durante os cinco anos do ex-Presidente François Hollande, o imposto aumentará novamente em vários cêntimos no dia 01 de janeiro.

Os apoios anunciados pelo Governo não pretendem atingir apenas os carros elétricos ou híbridos, mas também « o carro do dia a dia », indicou Philippe.

O primeiro-ministro francês anunciou, na quarta-feira, um plano de 500 milhões de euros para a renovação do parque automóvel e das caldeiras de aquecimento para acalmar os protestos contra o aumento dos impostos dos combustíveis.

O Governo francês subiu este ano os preços dos combustíveis em 7,6 cêntimos por litro para o diesel e 3,9 cêntimos para gasolina. Em janeiro, haverá um aumento de seis e três cêntimos, respetivamente.

Alfa/Lusa/DN.

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