Alfa – Opinião (Daniel Ribeiro)
O Governo de Michel Barnier, ainda sem sólidas e verdadeiras bases de apoio políticas e sem maioria na Assembleia, abriu a porta à introdução da lei eleitoral proporcional no sistema francês (eleições legisltivas).
É uma boa iniciativa porque o atual sistema uninominal maioritário a duas voltas, fundado há cerca de 50 anos, provou que está em agonia em França – nas últimas eleições demonstrou de forma evidente ser incapaz de criar maiorias no Parlamento.
A nacionalista Marine le Pen, aparentemente segura do seu sucesso futuro (se não acontecerem entretanto acidentes de « percurso » – na Justiça – que a travem), propõe uma combinação da proporcionalidade com um « bónus » maioritário.
Mas, se o objetivo de Barnier (e agora pelos vistos também do Presidente Emmanuel Macron) é a total equidade na representação parlamentar, a solução só pode ser a lei proporcional integral, tal como a que vigora neste momento em Portugal.