Padre de Paris contaminado. Diocese recomenda não dar hóstias na boca e que fiéis não molhem dedos na água benta.
Alfa/Expresso. Por Daniel Ribeiro
As decisões da diocese de Paris surgem depois de ter sido confirmado que um padre foi internado num hospital da capital com o coronavírus.
O Padre, de 43 anos, residia em Roma e regressou de Itália, de carro, a meados de fevereiro. Foi hospitalizado em condições de saúde “satisfatórias”, segundo a diocese.
Entretanto, ainda em França, Presidente Macron reuniu conselho de Defesa. Beijos e apertos de mão desaconselhados em França.
O alerta contra o coronavírus foi elevado em França para o nível 2, numa escala de 3. Com algumas dezenas de casos e dois mortos no território, Governo decreta a mobilização geral e Emmanuel Macron presidiu neste sábado a um Conselho de Defesa e a um Conselho de Ministros excecional sobre o combate à epidemia.
A inquietação é grande no país e por exemplo, em Paris, toda a vasta zona do quarteirão chinês da capital (A “chinatown” parisiense, no bairro número 13) foi abandonada pelos franceses e outros cidadãos e turistas não asiáticos. Os famosos restaurantes e comércios da avenida de Choisy e arredores estão praticamente vazios desde há algumas semanas e vêem-se poucas pessoas nas ruas onde, antes do alerta ao vírus, se cruzavam autênticas multidões.
As autoridades recomendam que as pessoas deixem de se beijar e mesmo de se cumprimentar com apertos de mão.
Atualmente, a França tem internados, em diversas zonas do país, 43 doentes, 19 deles nas últimas 24 horas. Desde o início da epidemia foram contabilizados no total, em todo o país, 57 casos e dois mortos (um turista chinês idoso (80 anos) e um professor francês de 60 anos da região da Oise). 12 pacientes foram curados e puderam sair dos hospitais.
As medidas decretadas pelas autoridades sanitárias são particularmente fortes em Paris. Toda a região da capital foi colocada em alerta e foi criada uma “célula especial de seguimento e antecipação”.
“Há contaminados em Paris e vai haver mais, estamos convictos disso, mas estamos a ser capazes por agora de os identificar”, assegura o diretor geral regional de saúde, Aurélien Rousseau.