O presidente do Sporting, Frederico Varandas, anunciou que vai recandidatar-se a um novo mandato à frente dos destinos do campeão nacional de futebol, que tem eleições marcadas para 05 de março.
“Não foi nenhum tabu. Serei novamente candidato. Eu sou a minha equipa. Isto exigia que a minha equipa também quisesse ser”, revelou o atual dirigente ‘leonino’, eleito em 2018, em declarações à CNN Portugal.
Varandas confirmou ainda que o atual presidente da Mesa da Assembleia-Geral, Rogério Alves, como o líder do Conselho Fiscal, Baltazar Pinto, não vão continuar para novo mandato, aludindo à “formação” que é a marca do clube como sendo a proveniência dos sucessores.
O atual presidente considera que o primeiro mandato deixou o clube “muito, muito, muito melhor do que em setembro de 2018”, mesmo tendo tido de “tomar medidas muito impopulares” para terminar o que apelidou de “40 anos de insucesso, de forma generalizada”.
Varandas defendeu várias facetas de gestão do primeiro mandato e elogiou o plantel e a estrutura pelo título de campeão nacional, entre outros feitos, além de comentar a arbitragem em Portugal, que está « muito melhor”, e outros casos do futebol nacional, como o Belenenses SAD-Benfica marcado pela falta de jogadores na equipa da casa por causa da covid-19, que acabou 7-0 para os ‘encarnados’ e que “não devia ter existido”.
No sábado, uma carta aberta assinada por mais de 200 sportinguistas, entre os quais vários ex-presidentes, apelou à recandidatura da direção presidida por Varandas.
Frederico Varandas foi eleito em setembro de 2018 o 43.º presidente do Sporting, sucedendo a Bruno de Carvalho, que tinha sido destituído do cargo em junho desse ano, no ato eleitoral do clube com maior participação de sempre, com 22.510 sócios votantes.
Nuno Sousa apresenta programa eleitoral ao Sporting e critica gestão de Varandas
Nuno Sousa, candidato à presidência do Sporting nas eleições marcadas para 05 de março, apresentou hoje o seu programa eleitoral, no qual critica a gestão “de curto prazo” de Frederico Varandas e apresenta os eixos do seu projeto.
“A atual gestão do clube olha apenas ao curto prazo, enquanto a minha candidatura permitirá sustentar um projeto em que muitos se revejam, sério, sincero, sustentado e com substância, que respira Sporting”, pode ler-se no documento partilhado hoje com os órgãos de comunicação social, que reúne 100 páginas de propostas.
Na área do futebol, o gestor, de 45 anos, avança com uma proposta que assenta em quatro pilares fundamentais, “acabar com o subfinanciamento da formação, ter uma política desportiva definida pela SAD e aprovada em Assembleia Geral do clube, apostar definitivamente no futebol feminino e reestruturar o departamento médico”.
O candidato à presidência dos ‘leões’ destaca a falta de dinheiro canalizado pela SAD para o recrutamento da área de formação como o verdadeiro problema, que não é de pessoas nem de infraestruturas, e aponta como solução um orçamento pensado como um todo e não só para a equipa principal, sob pena de se hipotecar o futuro pelas decisões de curto prazo, de pagar mais aos atletas profissionais e consequentemente ‘secar’ financeiramente a formação.
Na área financeira, deixa uma garantia solene aos sportinguistas de que em momento algum aceitará alienar a maioria que o clube detém no capital da SAD e lembra que o ano de 2026, que coincide com o fim do mandato que sair das próximas eleições, será um ano decisivo para o futuro do Sporting.
“É o ano em que as VMOC’s (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis) são recuperadas pelo clube ou pelo Millennium BCP e pelo Novo Banco, e neste caso, estas instituições tornam-se acionistas maioritários da Sporting SAD, com o clube a ficar com uma percentagem de 30 por cento”, alerta Nuno Sousa, para quem é crucial que o Sporting recupere as VMOC’s.
Por outro lado, considera que terá de haver a renegociação de todas as garantias associadas à dívida do Sporting, libertando verbas para o clube utilizar em projetos de investimento futuros, nomeadamente na retoma de património perdido.
Sugere ainda que a Sporting SGPS (Sociedade Gestora de Participações Sociais) adquira aos Bancos credores das dívidas do clube, da SAD e as VMOC´s, ficando beneficiária das potenciais mais valias da operação.
“Como a Sporting SGPS deve ao clube cerca de 70 milhões de euros, far-se-á um encontro de contas, ficando o clube na posse das ações da SAD e sem dívida bancária”, sugere o candidato Nuno Sousa, para quem a SAD deve continuar a amortizar a dívida, tal como faria caso tudo se mantivesse nos Bancos credores, mas beneficiando de novas condições e de um balanço limpo.
Com Agência Lusa.