Globos de Ouro: “1917” e “Era uma Vez em… Hollywood” vencem. Netflix só subiu ao palco duas vezes

Globos de Ouro: “1917” e “Era uma Vez em… Hollywood” ganham melhores filmes. Netflix só subiu ao palco duas vezes

Sam Mendes no discurso de aceitação do Globo de Ouro de melhor filme dramático por “1917”

PAUL DRINKWATER/NBCUNIVERSAL MEDIA, LLC/GETTY IMAGES

O filme de Sam Mendes, que também recebeu o Globo de melhor realizador, e o de Quentin Tarantino foram os grandes vencedores da cerimónia que é considerada uma antecâmara para os Óscares. Brad Pitt, Laura Dern, Joaquin Phoenix e Patricia Arquette foram outros dos galardoados. Apesar das 34 nomeações, a Netflix esteve muito longe de dominar a noite

Alfa/Expresso (expresso.pt)

A 77.ª edição dos Globos de Ouro tinha tudo para ser uma noite de glória para a plataforma de streaming Neflix. Aliás, o comediante Ricky Gervais, que este domingo apresentou a cerimónia de entrega de prémios pela quinta vez, em Beverly Hills, na Califórnia, disse no início que a Netflix ultrapassara Hollywood, com 34 nomeações em categorias de cinema e televisão. “Esta cerimónia devia ser só eu a vir dizer: ‘Muito bem, Netflix! Ganhaste tudo esta noite.’”, brincou. Estava errado.

“1917”, o épico de Sam Mendes sobre a I Guerra Mundial, ganhou na categoria de melhor filme dramático, enquanto “Era uma Vez em… Hollywood”, de Quentin Tarantino, arrecadou o Globo na categoria de melhor filme, comédia ou musical.

O filme de Sam Mendes, que também foi galardoado com a distinção de melhor realizador, competia com “Marriage Story”, de Noah Baumbach, e “O Irlandês”, de Martin Scorsese. Destas duas produções da Netflix só o filme de Baumbach foi distinguido, na categoria de melhor atriz secundária para Laura Dern.

“NÃO HÁ UM ÚNICO REALIZADOR QUE NÃO ESTEJA NA SOMBRA DE SCORSESE”

Ao receber o Globo de melhor realizador, Sam Mendes afirmou, citado pela Associated Press: “Não há um único realizador nesta sala – ou um único realizador no mundo – que não esteja na sombra de Martin Scorsese.”

Brad Pitt ganhou o Globo de melhor ator secundário em “Era uma Vez…”, o seu primeiro enquanto ator desde 1996. “Queria trazer a minha mãe mas não pude porque dizem sempre que estou a namorar com qualquer mulher que se apresente ao meu lado e isso seria estranho”, gracejou no discurso de aceitação da estatueta.

Além do Globo para Laura Dern, a Netflix só subiu ao palco uma outra vez, quando Olivia Colman foi galardoada na categoria de melhor atriz num drama pela sua prestação na série “The Crown”.

Joaquin Phoenix foi distinguido pela sua prestação no filme “Joker” e, no discurso de aceitação, elogiou a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood pela refeição vegan servida na cerimónia.

“UM PAÍS À BEIRA DA GUERRA”, ALERTOU ARQUETTE

O Globo de melhor atriz secundária numa série, minissérie ou telefilme foi para Patricia Arquette pela sua performance em “The Act”. Ao aceitar o galardão, a atriz referiu-se ao assassínio na última sexta-feira do general iraniano Qassem Soleimani, por ordem do Presidente dos EUA, Donald Trump. Apelando ao voto de todos os eleitores americanos nas presidenciais de novembro, Arquette falou num “país à beira da guerra”.

A distinção para melhor ator numa série limitada foi para Russell Crowe pelo seu desempenho em “The Loudest Voice”. Ausente da cerimónia por causa dos violentos incêndios na sua Austrália natal, o ator deixou uma mensagem que foi lida pelas apresentadoras da categoria, Jennifer Aniston e Reese Witherspoon: “Não se iludam! A tragédia que se está a desenrolar na Austrália está ligada às alterações climáticas.”

Phoebe Waller-Bridge venceu na categoria de melhor atriz numa série de comédia, agradecendo ao ex-Presidente norte-americano Barack Obama por ter colocado “Fleabag” na sua lista dos melhores de 2019. “Como alguns de vocês devem saber, ele sempre esteve na minha”, acrescentou, sorrindo.

A interpretação de Elton John em “Rocketman” valeu a Taron Egerton a distinção de melhor ator numa comédia ou musical. “I’m Gonna Love Me Again”, de Elton John e Bernie Taupin, incluída no filme biográfico, arrecadou o Globo de melhor canção, vencendo a Beyoncé ou Taylor Swift.

“SE PASSAR POR DIFICULDADES, POSSO SEMPRE VENDER ISTO”

Awkwafina tornou-se a primeira mulher de ascendência asiática a ganhar o Globo de melhor atriz numa comédia ou musical pela sua prestação em “The Farewell”. “Se passar por dificuldades, posso sempre vender isto”, disse, segurando o galardão.

Ainda no capítulo dos atores, Stellan Skarsgård conquistou o Globo de melhor ator secundário numa série por “Chernobyl” da HBO. A segunda temporada de “Succession”, também da HBO, foi contemplada nas categorias de melhor drama de televisão e melhor ator numa série dramática para Brian Cox.

O Globo de melhor filme em língua estrangeira foi para “Parasita”, do sul-coreano Bong Joon-ho.

Na animação, “Mr. Link” levou a melhor sobre “Toy Story 4” ou “O Rei Leão”.

Tom Hanks levou para casa o prémio de carreira Cecil B. DeMille, enquanto o Carol Burnett Award, outro prémio honorário, foi para Ellen DeGeneres.

Os Globos de Ouro são considerados uma antecâmara dos Óscares, que este ano se realizam a 9 de fevereiro.

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