Governo de Montenegro com problemas importantes por causa do caso TAP

Alfa

Revelações sobre anterior privatização da companhia aérea portuguesa, no tempo do Governo de Pedro Passos Coelho, estão no centro de todos os debates em Portugal. Foram já pedidas audições e debates no Parlamento incómodos para o Governo de Luís Montenegro.

Devido a este caso – no âmbito de um polémico relatório da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) sobre a TAP – por exemplo o Bloco de Esquerda pede audição parlamentar de ministro das Infraestruturas e Habitação, Pinto Luz e da candidata a Comissária europeia e  antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque. O Chega quer também ouvir a ex-ministra e o PS exige esclarecimento de Montenegro sobre o ministro Pinto Luz. 

 

“Temos um ministro responsável pela pasta da TAP, que foi o secretário de Estado responsável por uma privatização ruinosa, um contrato que pode ser nulo, que permitiu que a TAP se pagasse a si mesma 227 milhões de dólares (…), é este o ministro que neste momento está a gerir o processo da TAP e da sua privatização. E por isso é muito importante que vá ao parlamento, assumir as responsabilidades do passado”, disse Mariana Mortágua, líder do BE.

Questionada sobre se a antiga ministra, agora escolhida pelo Governo para comissária europeia, tem condições para prosseguir a sua candidatura ao executivo europeu, Mariana Mortágua disse que “já não tinha” condições de avançar mesmo antes de serem conhecidos os dados do relatório da IGF sobre a companhia aérea portuguesa.

“Maria Luís Albuquerque é a maior representante da porta giratória entre interesses financeiros e empresas públicas. Posso repetir o currículo que tão bem conhecem: fez os contratos de swap na REFER, negociou os contratos na Morgan Stanley quando era ministra e depois consegue um lugar na Morgan Stanley. Fez a austeridade, levou milhares de empresas à falência, geriu a falência do Banif…”, enumerou a coordenadora do BE, segundo relata a agência Lusa.

“Envergonha o país que seja Maria Luís Albuquerque a candidata à Comissão Europeia e é óbvio que este relatório vem só acrescentar mais um elemento a uma conclusão e a uma avaliação que estava feita”, realça Mortágua.

Pelo seu lado, a líder parlamentar do PS desafiou hoje o primeiro-ministro a esclarecer se mantém a confiança política no ministro Miguel Pinto Luz para dirigir a privatização da TAP, alegando que já que participou num processo semelhante “envolto em suspeitas”.

Alexandra Leitão respondeu aos jornalistas no parlamento depois de se conhecer o relatório da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) que conclui que o negócio de compra da TAP por David Neelman foi financiado com um empréstimo de 226 milhões de dólares feito pela Airbus, em troca da compra pela companhia aérea de 53 aviões à construtora aeronáutica europeia.

O Governo já enviou o relatório da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) sobre a TAP ao Ministério Público (MP) após o ter recebido na semana passada, disse hoje o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.

O ministro das Infraestruturas, que foi secretário de Estado aquando da privatização da TAP em 2015, disse também, após ser conhecido o relatório da Inspeção-Geral das Finanças, que a legitimidade das suas funções atuais pertence ao primeiro-ministro.

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