Governo francês critica utilização política de crime em Annecy

Governo francês critica utilização política de crime em Annecy

 

Alfa /com Lusa
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whatsapp sharing buttonA primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, criticou hoje a utilização política do esfaqueamento de quatro crianças e dois adultos em Annecy por um refugiado sírio, que levou algumas pessoas da direita e da extrema-direita a pedir mais controlos nas fronteiras e uma imigração mais dura.

« Querer tirar lições quando a investigação ainda não está concluída não me parece um bom método », disse Borne numa entrevista à France 3, na qual insistiu que ainda há muitos elementos a esclarecer.

As quatro crianças vítimas do atentado, com idades compreendidas entre os 22 meses e os três anos, e um dos dois adultos feridos, todos esfaqueados, continuam hospitalizados. Mas, desde sábado, ficou a saber-se que nenhum corre risco de vida.

O incidente ocorreu na quinta-feira de manhã num parque à beira do lago Annecy, nos Alpes franceses.

O agressor, Abdemasih H., um cristão sírio de 31 anos com estatuto de refugiado na Suécia, que vivia em França como sem-abrigo desde Outubro de 2022, atacou-os com uma faca por razões ainda por determinar.

Até ao momento, os investigadores não encontraram qualquer motivo terrorista, nem conseguiram apurar se se tratava de uma perturbação mental. Testemunhas ouviram-no fazer alusões à mulher e à filha, que vivem na Suécia, e a Jesus Cristo durante o ataque.

Em todo o caso, desde o primeiro dia, os líderes da extrema-direita, como Marine Le Pen e Éric Zemmour, mas também da direita tradicional, como Éric Ciotti, associaram o que aconteceu a uma política de migração em França e na União Europeia que, na sua opinião, era incoerente e laxista.

A primeira-ministra disse no domingo estar consciente da preocupação dos franceses com a imigração, sublinhando que não esperaram « que este drama acontecesse para tomar medidas ».

Recordou que o seu governo está a discutir com o partido tradicional de direita, os Republicanos, um projeto de lei que tencionam apresentar em julho para uma maior eficácia e rapidez na expulsão dos migrantes em situação irregular e daqueles cujos pedidos de asilo são rejeitados.

O autor das agressões deu entrada na prisão no sábado e está detido numa cela isolada dos restantes detidos, depois de ter sido acusado dos crimes de tentativa de homicídio, que pode levar a uma pena de prisão perpétua, e de rebelião com arma.

O presidente da Câmara Municipal de Annecy, o ambientalista François Astorg, numa cerimónia fúnebre em memória das vítimas esta manhã no mesmo parque onde ocorreu o ataque, apelou às pessoas para não « cederem à tentação do ódio ».

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