Governo quer « fazer crescer acima de 20% » as verbas para Jogos Los Angeles2028

Foto-família com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e os atletas olímpicos e paralímpicos que participaram nos Jogos de Paris 2024, durante a receção no Palácio de São Bento, Lisboa, 11 de setembro de 2024. ANTÓNIO COTRIM/LUSA

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, prestou hoje “a merecida homenagem” aos atletas olímpicos e paralímpicos que representaram Portugal em Paris2024, expressando orgulho por aquilo que alcançaram nos Jogos da capital francesa.

“[Agradecer] às atletas e aos atletas paralímpicos e olímpicos que, neste ano de 2024, ergueram bem alto esta sensação única que é ser português. Sentir as cores da nossa bandeira, sentir um arrepio da espinha, um saltitar no coração sempre que algum subiu ao terreno de jogo, ao terreno da competição para representar todo um povo”, salientou o chefe de Governo.

Luís Montenegro, que discursava nos jardins de São Bento perante os atletas olímpicos e paralímpicos que representaram Portugal em Paris2024, recordou que teve o privilégio de estar nos Jogos Olímpicos – falhou os Paralímpicos por questões de agenda – e ver ao vivo a conquista do ouro por Iúri Leitão e Rui Oliveira no Madison e o salto que valeu a Pedro Pichardo a prata no triplo salto.

“Quero dizer-vos que tenho bem presente que no fim há sempre esta distinção, que é merecida, para aqueles que atingem um patamar mais elevado, mas acreditem que o respeito que nós temos, e que eu tenho pessoalmente, é igual para cada uma e para cada um dos atletas que disputaram estas duas enormes, das maiores competições desportivas do mundo”, declarou, já depois de ter condecorado os medalhados lusos em Paris.

Com Rui Oliveira ausente, os medalhados de ouro Iúri Leitão, Miguel Monteiro (lançamento do peso F40) e Cristina Gonçalves (boccia BC2) receberam das mãos do primeiro-ministro o Colar de Honra ao Mérito Desportivo, com os restantes a receberem a Medalha de Mérito Desportivo

“Em nome do Governo, nós prestamos aqui hoje uma mais do que merecida homenagem, reconhecimento, tributo ao vosso trabalho, ao vosso desempenho nestes Jogos, mas a tudo aquilo que esteve na génese, primeiro da vossa presença e, depois, dos vossos resultados”, disse.

Luís Montenegro considerou que o valor que o executivo atribui ao desempenho dos atletas olímpicos e paralímpicos “é um valor que se expressa na vibração, que se expressa na alegria, que se expressa no sentimento de identidade nacional e que a própria representação do país encerra”.

“Mas vai muito mais longe do que isso. Nós sabemos, temos bem consciência, que esta vossa demonstração de capacidade de fazer bem, de capacidade de fazer melhor do que os outros, de superarem muitas vezes cada um a si próprio, àquilo que já fez antes, são mensagens de inspiração para toda a sociedade e em particular para aqueles que têm apetência para a prática desportiva”, destacou, considerando que os exemplos destes atletas pode ajudar a “estimular a prática desportiva” no país.

O primeiro-ministro expressou ainda o “muito orgulho” por aquilo que os desportistas lusos fizeram em Paris2024, enaltecendo o reconhecimento “pelo sofrimento e sacrifício que está por trás” dos resultados destes.

Montenegro manifestou ainda a esperança de conseguir “fazer melhor” em Los Angeles2028, já depois de ter revelado querer “fazer crescer acima de 20%” o valor alocado aos contratos-programas para os próximos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

Antes, já o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, tinha declarado que “o sentimento de reconhecimento” do Governo era para todos os atletas olímpicos e paralímpicos que estiveram em Paris2024, considerando que “todos foram embaixadores do desporto português”.

 

Presidente do CPP e secretário-geral do COP coincidem no apelo a reforço de verbas

O presidente do Comité Paralímpico de Portugal e o secretário-geral do Comité Olímpico de Portugal coincidiram hoje na necessidade de um reforço financeiro para o ciclo de Los Angeles2028, durante a receção dos participantes em Paris2024 pelo primeiro-ministro.

“Viemos de Paris muito satisfeitos, com sentimento de dever cumprido, em que os atletas, todos eles, tiveram um desempenho notável e em que o nosso objetivo foi concretizado. Foi uma missão mais pequena, mas ainda assim conseguimos o melhor resultado desde Pequim, sete medalhas, duas delas de ouro”, começou por realçar José Manuel Lourenço.

O presidente do Comité Paralímpico de Portugal defendeu que este é o momento de começar a pensar em Los Angeles2028, revelando que o organismo foi hoje contactado pelo secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, para agendar uma reunião de trabalho para “delinear as condições” para os próximos Jogos Olímpicos.

“E por isso, penso que também é um bom sinal, é algo que nos satisfaz muito perceber que já estamos a trabalhar para Los Angeles. […] Importa agora que consigamos todos trabalhar para que em Los Angeles possamos ter mais atletas. Sei que é uma tarefa difícil, porque os atletas não nascem de um momento para o outro, existe uma grande dificuldade no recrutamento de novos atletas, e eu diria que também estes eventos podem potenciar o aparecimento de novos atletas”, estimou.

José Manuel Lourenço acredita mesmo que momentos como a receção do primeiro-ministro, Luís Montenegro, aos atletas paralímpicos e olímpicos de Paris2024, nos jardins da Residência Oficial, pode atrair “mais pessoas com deficiência para a prática desportiva”.

Já o secretário-geral do COP quis agradecer “a presença significativa do Governo durante os Jogos Olímpicos”. “É algo que apreciámos muito. Para nós, é importante que o Governo de Portugal sinta diretamente o empenho, o esforço da equipa olímpica”, completou.

José Manuel Araújo destacou que a Missão olímpica portuguesa a Paris2024 foi a primeira paritária e teve 50% de atletas estreantes, um sinal de que estão a ser dados passos certos para que “esta dimensão desportiva tenha futuro”.

“E por isso mesmo, para olhar para o futuro, o Sr. Primeiro-Ministro esteve em Paris, acompanhei muito a sua presença e ouvi muito atentamente – todos nós ouvimos atentamente -, e naturalmente que o reforço das políticas públicas na área do desporto é obviamente uma expectativa que todos temos como positiva, um reforço obviamente que tem uma dimensão política, mas também há de ter uma dimensão financeira”, vincou.

O secretário-geral do COP, que evocou José Manuel Constantino, o presidente do organismo que faleceu exatamente há um mês, lembrou que o reforço financeiro para os atletas “não é verdadeiramente um objetivo de terem eles mais para eles, é poderem dar mais”.

“Se temos a felicidade de ter tido, nestes últimos ciclos olímpicos, uma consistência nos resultados, olhamos para a frente com o objetivo de elevar o patamar. E para elevar o patamar é preciso também ter, da parte do Governo, o sinal que todos esperamos”, concluiu.

Os dois dirigentes discursaram ainda antes de Luís Montenegro ter manifestado a intenção de “fazer crescer acima de 20%” o valor alocado aos contratos-programas para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Los Angeles2028.

Portugal esteve representado por 73 atletas nos Jogos Olímpicos Paris2024, tendo conquistado quatro medalhas: o ouro no madison de Rui Oliveira e Iúri Leitão, que também se sagrou vice-campeão no omnium, a prata de Pedro Pichardo no triplo salto e o bronze de Patrícia Sampaio nos -78 kg.

Nos Jogos Paralímpicos, a missão portuguesa de 27 atletas saiu de Paris com sete medalhas: duas de ouro, de Miguel Monteiro, no lançamento do peso F40, e de Cristina Gonçalves, boccia BC2, uma de prata, do atleta Sandro Baessa, nos 1500 metros T20, e quatro de bronze, da atleta Carolina Duarte, nos 400 metros T13, do nadador Diogo Cancela, nos 200 metros estilos SM8, do judoca Djibrilo Iafa (-73kg J1) e ainda do ciclista Luís Costa (no contrarrelógio H5), que teve um controlo positivo na capital francesa e se encontra suspenso preventivamente.

Article précédent« Je ne me nourris que de petits rêves, que de petits accomplissements  » – Glaçon
Article suivantAbertura aos imigrantes faz justiça à identidade portuguesa – Patriarca de Lisboa