O incêndio que começou o sábado na Serra da Estrela entre a Covilhã e Manteigas e ameaçou a aldeia de Verdelhos. Está a ser combatido por cerca de 600 operacionais, apoiados por 195 viaturas e nove meios aéreos. O presidente da Câmara da Covilhã alerta que a recuperação da floresta naquela região irá demorar vários anos.
Vítor Pereira salientou ainda a importância dos meios aéreos no combate a este incêndio, já que as frentes ativas estão em zonas de difícil acesso.
O incêndio que começou há três dias na Covilhã invadiu o concelho vizinho de Manteigas e destruiu, nas contas da autarquia, mais de mil hectares de floresta em pleno Parque Natural da Serra da Estrela protegida pela UNESCO.
O incêndio deflagrou às 4h18 de sábado (hora em Paris), na localidade de Garrocho, freguesia de Cantar-Galo e Vila do Carvalho, no concelho da Covilhã (Castelo Branco), e alastrou para Manteigas, no distrito da Guarda.
Durante a tarde de domingo, três bombeiros foram retirados do teatro de operações por razão de “doença, queimadura e trauma”, tendo dois deles sido transportados para um hospital e outro recebido assistência num centro de saúde.
A Estrada Nacional (EN) 338, que faz a ligação entre Piornos e Manteigas, esteve cortada ao trânsito, mas reabriu ao final da tarde de segunda-feira. Contudo, o trânsito ainda permanece condicionado à circulação de veículos ligeiros.
O segundo comandante regional do Centro da Proteção Civil, Miguel Teixeira, justificava, ao início da madrugada, a dimensão do incêndio com o clima e a dificuldade de acessos.
“O ataque inicial foi aquele que era o apropriado na altura. O motivo prendeu-se principalmente com os acessos, com as acessibilidades e com a urografia do terreno, aliada à meteorologia a nível de ventos e rotação constante de ventos. Do que mais propriamente ao número de operacionais que no momento eram o que se consideraria indicado”.
“Isto vai ser um trabalho moroso para os operacionais”, frisou.
Amigos da Serra da Estrela criticam a forma de combate:
“No círculo que tinha ali tinha de ser coberto por pessoas apeadas, não seriam assim tantas. Era um sistema fácil e até com alguns caminhos. Portanto, não era nada, as dificuldades que muitas vezes se alimentam junto da comunicação social para impressionar, porque não pode haver estradas em tudo o que é sítio, não é?”, afirmou à Antena 1 José Maria Saraiva, presidente da associação.
De acordo com a informação disponível no ‘site’do IPMA, as concelhos que estão sob risco máximo localizam-se nos distritos de Bragança, Vila Real, Braga, Porto, Coimbra, Guarda, Viseu, Castelo Branco, Santarém e Portalegre.
O IPMA colocou também em risco muito elevado de incêndio rural cerca de 50 municípios dos distritos Viana do Castelo, Vila Real, Braga, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria, Santarém, Castelo Branco, Portalegre e Faro.
O risco de incêndio, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo e os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.