Incêndio está a causar « prejuízo irreparável » na Serra da Estrela

O incêndio que começou o sábado na Serra da Estrela entre a Covilhã e Manteigas e ameaçou a aldeia de Verdelhos. Está a ser combatido por cerca de 600 operacionais, apoiados por 195 viaturas e nove meios aéreos. O presidente da Câmara da Covilhã alerta que a recuperação da floresta naquela região irá demorar vários anos.

Em declarações à RTP, Vítor Pereira, presidente da Câmara da Covilhã, considerou que o incêndio dos últimos dias levou a uma perda « inestimável » do património daquela região.

O autarca fala de um « prejuízo irreparável » a nível ambiental na Serra da Estrela e indicou que irá demorar vários anos até que a floresta recupere.
Numa área protegida, património da UNESCO, a área ardida desde o fim de semana deverá chegar aos 4.000 hectares, estima o presidente da Câmara.

Vítor Pereira salientou ainda a importância dos meios aéreos no combate a este incêndio, já que as frentes ativas estão em zonas de difícil acesso.

Segundo o Centro Distrital de Operações e Socorro (CDOS) de Castelo Branco, ao início do dia estavam montados três postos de comando – Penhas da Saúde (Covilhã), Manteigas e Sarzedo (Arganil) – e o incêndio mantinha duas frentes (Manteigas e Verdelhos).

O incêndio que começou há três dias na Covilhã invadiu o concelho vizinho de Manteigas e destruiu, nas contas da autarquia, mais de mil hectares de floresta em pleno Parque Natural da Serra da Estrela protegida pela UNESCO.

O incêndio deflagrou às 4h18 de sábado (hora em Paris), na localidade de Garrocho, freguesia de Cantar-Galo e Vila do Carvalho, no concelho da Covilhã (Castelo Branco), e alastrou para Manteigas, no distrito da Guarda.

Durante a tarde de domingo, três bombeiros foram retirados do teatro de operações por razão de “doença, queimadura e trauma”, tendo dois deles sido transportados para um hospital e outro recebido assistência num centro de saúde.

A Estrada Nacional (EN) 338, que faz a ligação entre Piornos e Manteigas, esteve cortada ao trânsito, mas reabriu ao final da tarde de segunda-feira. Contudo, o trânsito ainda permanece condicionado à circulação de veículos ligeiros.

Dificuldade nos acessos:
Ao final do dia de segunda-feira, a Proteção Civil admitia a necessidade de mais horas para dominar o incêndio.

O segundo comandante regional do Centro da Proteção Civil, Miguel Teixeira, justificava, ao início da madrugada, a dimensão do incêndio com o clima e a dificuldade de acessos.

“O ataque inicial foi aquele que era o apropriado na altura. O motivo prendeu-se principalmente com os acessos, com as acessibilidades e com a urografia do terreno, aliada à meteorologia a nível de ventos e rotação constante de ventos. Do que mais propriamente ao número de operacionais que no momento eram o que se consideraria indicado”.

Segundo Miguel Teixeira, “temos a meteorologia também com alguma rotação de vento. O aumento de intensidade. A urografia é a mesma e mantém-se com bastante dificuldade nos acessos”.

“Isto vai ser um trabalho moroso para os operacionais”, frisou.

Amigos da Serra da Estrela criticam a forma de combate:

A Associação de Amigos da Serra da Estrela voltou a criticar a forma como o incêndio tem sido combatido.

“No círculo que tinha ali tinha de ser coberto por pessoas apeadas, não seriam assim tantas. Era um sistema fácil e até com alguns caminhos. Portanto, não era nada, as dificuldades que muitas vezes se alimentam junto da comunicação social para impressionar, porque não pode haver estradas em tudo o que é sítio, não é?”, afirmou à Antena 1 José Maria Saraiva, presidente da associação.

“Era uma situação que para nós de se figurava muito fácil, só que isto não aconteceu. Não havia lá ninguém esta análise não foi feita; talvez porque as pessoas pensavam que chegavam cá acima e o fogo acabava por se extinguir, mas foi uma péssima análise, porque conhecendo muito bem o relevo que está ali, nós sabíamos o tipo de corredor e a facilidade com que o incêndio iria evoluir, como evoluiu, quer para o vale, quer depois para a Serra de Baixo, e consequentemente para o vale do Zêzere”, acrescentou.
Já na segunda-feira tinha defendido que o combate deveria ter sido feito com pessoal apeado e recurso a material sapador.
80 concelhos do interior Norte e Centro e Norte Alentejo em perigo máximo:
Cerca de 80 concelhos do interior Norte e Centro e norte Alentejo estão hoje em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com a informação disponível no ‘site’do IPMA, as concelhos que estão sob risco máximo localizam-se nos distritos de Bragança, Vila Real, Braga, Porto, Coimbra, Guarda, Viseu, Castelo Branco, Santarém e Portalegre.

O IPMA colocou também em risco muito elevado de incêndio rural cerca de 50 municípios dos distritos Viana do Castelo, Vila Real, Braga, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria, Santarém, Castelo Branco, Portalegre e Faro.

O risco de incêndio, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo e os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Com RTP, Agência Lusa e Antena 1.
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