Foto de abertura, in JN (DR). Legenda: « António Pereira foi emigrante voluntário ido de Espanha »
Investigador descobriu portugueses forçados a trabalhar para Hitler – revela o Jornal de Notícias na sua edição de ontem, domingo.
Entre os 500 identificados, a maioria era do Porto, Aveiro e Braga. Investigadores estão a recuperar memória dos trabalhadores do regime de Hitler.
« António Pereira, Marcelo Silva, José Melheiro e José Ferreira são apenas quatro das centenas de portugueses que trabalharam para os nazis durante a Segunda Guerra Mundial. Nomes que começaram a ser conhecidos nos últimos anos por iniciativa de historiadores que querem recuperar « uma parte da história que se quis apagar ». A maioria deles trabalhava em fábricas alemãs e foram recrutados em França, para onde tinham emigrado idos sobretudo do Porto, Aveiro e Braga« , escreve o JN.
« Quando pensamos nas vítimas portuguesas do nazismo, não nos lembramos dos que foram forçados a trabalhar para os alemães. Ficaram esquecidos durante décadas porque, considera Antonio Muñoz Sánchez, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, « na história oficial construída pelo Estado Novo os portugueses livraram-se da guerra graças a Salazar ». O facto de Portugal e Espanha serem países neutros também terá contribuído para esta lacuna na história », acrescenta o diário.
O mesmo jornal relata que, « hoje, sabe-se que o regime de Hitler recrutou 13 milhões de europeus para trabalharem na Alemanha e 10 milhões para trabalharem nos países ocupados, dos quais pelo menos 500 eram portugueses a trabalhar na Alemanha e 40 mil eram espanhóis refugiados da guerra civil, a maioria a trabalhar na Muralha Atlântica ».
Portugueses « EMPURRADOS PELA FOME »
« Sobre os portugueses, adianta Sánchez, sabe-se que « grande parte dos trabalhadores forçados iam do Norte, porque a emigração para França era massivamente proveniente daí ». « Eram sobretudo do Porto, Aveiro, Braga, Ílhavo e de Coimbra para cima », diz. José Melheiro, por exemplo, era do Porto e terá emigrado de França para Fürth, onde foi detido por motivos desconhecidos e passou três meses na prisão. Marcelo Silva, também do Porto, foi soldado no exército francês e prisioneiro de guerra na Alemanha. Trabalhou de 1943 a 1945 na agricultura ».
O JN destaca que:
100 portugueses trabalharam na construção da Muralha Atlântica. Na edificação desta linha de defesa das tropas alemãs participaram meio milhão de trabalhadores, muitos dos quais forçados.
e que 80 moravam em França: Durante a Segunda Guerra Mundial, foram presos, colocados em campos de internamento e deportados para campos de concentração na Alemanha ou na Polónia.
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