
O Presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou este sábado que as forças armadas dos Estados Unidos atacaram três centros nucleares no Irão, incluindo Fordo, juntando-se diretamente ao esforço de Israel para decapitar o programa nuclear do país.
« Concluímos o nosso bem-sucedido ataque às três instalações nucleares no Irão, incluindo Fordo, Natanz e Esfahan », disse Trump numa publicação nas redes sociais.
« Todos os aviões estão agora fora do espaço aéreo do Irão. Uma carga completa de BOMBAS foi lançada no sítio principal, Fordo. Todos os aviões estão a caminho de casa em segurança », acrescentou.
O Irão prometeu retaliar contra qualquer ataque norte-americano, caso o país se juntasse aos ataques israelitas.
A decisão de envolver diretamente os Estados Unidos surge ao nono dia de ataques de Israel ao Irão, que tentaram erradicar sistematicamente as defesas aéreas e as capacidades de mísseis ofensivos do país, ao mesmo tempo que danificaram várias instalações de enriquecimento nuclear.
As autoridades norte-americanas e israelitas afirmaram que os bombardeiros “stealth” norte-americanos B-2 e uma bomba com mais de 10 toneladas, que só aqueles aparelhos conseguem transportar, ofereciam a melhor hipótese de destruir locais fortemente fortificados ligados ao programa nuclear iraniano, enterrados no subsolo, como é o caso da central nuclear de Fordo, a menos de 100 quilómetros a sul de Teerão, que se acredita proceder a enriquecimento de urânio acima dos 60%.
Trump chegou à Casa Branca com a promessa de manter a América fora de conflitos estrangeiros dispendiosos e zombou do valor do intervencionismo americano protagonizados pelos dois presidentes democratas anteriores, Barack Obama e Joe Biden.
Israel/Irão: MNE iraniano afirma que EUA lançaram « guerra perigosa »
O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano disse hoje que os Estados Unidos lançaram uma “guerra perigosa” contra o Irão, depois dos ataques norte-americanos a três instalações nucleares do país.
“Agora, ao completar a cadeia de violações e crimes cometidos pelo regime sionista, os Estados Unidos lançaram uma guerra perigosa contra o Irão”, afirmou o ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano em comunicado.
Os ataques norte-americanos às instalações nucleares iranianas demonstram que os Estados Unidos não se deterão perante « nada » para apoiar Israel na sua guerra contra o Irão, adiantou.
« É agora muito claro para todos que o regime que goza de estatuto de membro permanente do Conselho de Segurança não respeita qualquer princípio ou moralidade e não se coíbe de qualquer ilegalidade ou crime para servir os objetivos de um regime de ocupação genocida », afirmou o ministério, referindo-se aos Estados Unidos e depois a Israel.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou hoje que os Estados Unidos atingiram “com sucesso” três instalações nucleares iranianas, os primeiros bombardeamentos norte-americanos a ocorrer no meio do conflito entre Israel e o Irão.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano classificou os ataques como uma “violação flagrante e sem precedentes dos princípios mais fundamentais da Carta das Nações Unidas e das normas do direito internacional”.
Considerou que estes ataques, efetuados em “conluio criminoso” com Israel, “demonstram uma vez mais a profunda depravação e corrupção moral que rege as políticas dos EUA”.
O ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou que a República Islâmica do Irão “reserva-se o direito de resistir com toda a força” à agressão dos EUA.
O ministro os Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, declarou anteriormente que o Irão se reserva “todas as opções” para se defender após o ataque dos EUA às suas instalações nucleares, que, segundo o próprio, “terá consequências duradouras”.
“De acordo com a Carta das Nações Unidas e as suas disposições que permitem uma resposta legítima em autodefesa, o Irão reserva-se todas as opções para defender a sua soberania, os seus interesses e o seu povo”, afirmou na X Araqchi.
Na sequência dos ataques, a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) informou num comunicado publicado na X que “até ao momento não foi registado qualquer aumento dos níveis de radiação fora das três instalações nucleares”.
Com Agência Lusa.