Kim Jong-un diz que visita à Rússia mostra “importância estratégica” de laços bilaterais
“A sua primeira visita ao estrangeiro, após a crise global de saúde pública, é uma manifestação clara da vontade do Partido dos Trabalhadores da Coreia e do Governo da República Popular Democrática da Coreia [RPDC, nome oficial da Coreia do Norte) a dar prioridade à importância estratégica das relações entre a RPDC e a Rússia », avançou a KCNA.
A agência de notícias estatal norte-coreana disse que Kim fez o comentário na estação de Khasan, a primeira paragem em território russo.
O comboio em que viaja Kim chegou a Khasan às 06:00 de terça-feira (21:00 de segunda-feira em Lisboa), disse a KCNA, onde foi recebido com um tapete vermelho, uma guarda de honra, uma orquestra militar e a presença, entre outras autoridades, do Ministro dos Recursos Naturais da Rússia, Alexandr Kozlov.
A agência indicou que Kim “partiu para o seu destino recebendo uma calorosa despedida das autoridades russas”, sem especificar qual era o destino.
A agência de notícias sul-coreana Yonhap publicou posteriormente uma foto que mostra aquele que aparenta ser o comboio do líder norte-coreano em Ussuriysk, uma cidade com uma população considerável de etnia coreana.
Ussuriysk fica cerca de 60 quilómetros a norte de Vladivostok, cidade que o Presidente russo, Vladimir Putin, visita esta semana para um fórum económico, antes de se dirigir à base espacial de Vostochny, a mais de 1.500 quilómetros de distância.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Putin e Kim se encontrarão após o fórum de Vladivostok e que a reunião inclui um almoço em homenagem ao líder da Coreia do Norte.
Na comitiva de Kim seguem os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, bem como altos funcionários militares, tais como o diretor do Departamento Industrial de Munições e também o Secretário para a Ciência e Educação do Comité Central do Partido dos Trabalhadores, ligado ao programa espacial norte-coreano.
O Kremlin afirmou que a cooperação bilateral ou os laços comerciais estarão na agenda do encontro entre Kim e Putin, bem como “questões sensíveis” que não serão partilhadas publicamente, o que é interpretado como uma confirmação de que os dois líderes irão discutir intercâmbios militares.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Lim Soo-suk, disse que Seul está em comunicação com a Rússia enquanto acompanha de perto a visita de Kim.
“Nenhum Estado-membro da ONU deveria violar as sanções do Conselho de Segurança contra a Coreia do Norte, ao envolver-se em comércio ilegal de armas, e certamente não deve envolver-se numa cooperação militar com a Coreia do Norte que mina a paz e a estabilidade da comunidade internacional”, disse Lim, numa conferência de imprensa.