Meninos de 8 e 13 anos estudam numa estação de comboios. Portugal segue o caso mas não pode atuar.
A história é contada no jornal francês « Le Parisien » e construída de tal forma em torno da proteção dos visados que é impossível chegar a eles. E eles são Amália, 37 anos, Leandro, 13, e Adriano, 8. Nomes fictícios escolhidos pela repórter. Uma família monoparental portuguesa. Uma família em dificuldades. Uma família condenada a viver nas ruas da região de Paris, atirada para elas pela falta de lugares nas pensões sociais de apoio aos sem-abrigo – que a França prosaicamente apelida de « sem domicílio fixo » -, pela falta de vaga na habitação social, pela falta de um emprego estável que pague as rendas cada vez mais incomportáveis. A história é desfiada ao ritmo das horas de um dia frio e húmido do outono parisiense. E vai sendo lida ao ritmo de murros no estômago até à estocada final: uma fotografia de Adriano a fazer os trabalhos de casa, ajoelhado no chão do cais de uma estação do RER, a rede de comboios regionais da Île-de-France, com o banco a servir de secretária, cadernos espalhados, mochila no chão.
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