Legislativas. António Costa pede maioria absoluta. Emigração de novo ausente do debate

(Foto de abertura: RTP, debate de segunda-feira à noite entre representantes das nove forças políticas que elegeram deputados nas anteriores legislativas)

Legislativas: Em caso de derrota Costa demite-se logo na noite das eleições, Rio admite continuar. António Costa pediu maioria absoluta. Emigração esteve de novo ausente do debate.

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Alfa/com Lusa (adaptação Alfa)linkedin sharing buttonAntónio Costa afirmou ontem à noite que em caso de derrota nas legislativas demite-se logo na noite eleitoral de secretário-geral do PS, enquanto Rui Rio recusou uma saída imediata se perder e admitiu manter-se na liderança do PSD.

Estas posições foram assumidas no início de um debate transmitido pela RTP em direto a partir do Cineteatro Capitólio, em Lisboa, com representantes das nove forças políticas que elegeram deputados nas anteriores legislativas.

Questionado sobre possíveis soluções de governo, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro voltou a apelar a uma maioria do seu partido, repetindo pela segunda ocasião neste período pré-eleitoral a expressão « maioria absoluta », que já tinha utilizado à saída do seu frente a frente com Rui Rio, na quinta-feira.

« Eu acho que é uma maioria absoluta aquilo que garante estabilidade durante quatro anos », declarou António Costa, sustentando que sem isso há o risco de se « andar de crise em crise, em governos provisórios de dois anos ».

De imediato, Rui Rio contrapôs que uma maioria absoluta do PS ou do PSD é um cenário com uma probabilidade « muito próxima de zero » e defendeu que tem de haver « espírito democrático » e « disponibilidade para negociar a governabilidade » de ambos os partidos para que « o país não ande em sucessivas eleições ».

Sobre o que fará em caso de derrota nas legislativas de 30 de janeiro, o secretário-geral do PS reiterou que « depois de ter sido seis anos primeiro-ministro » considerará que se perder houve « um voto claro de desconfiança dos portugueses » e que é altura de os socialistas escolherem « uma nova liderança ».

Interrogado se a sua demissão será logo na noite das eleições, António Costa respondeu: « Ah, sim, isso com certeza, e depois o PS terá o seu processo ».

O presidente do PSD, por sua vez, excluiu seguir esse caminho, se perder: « No dia à noite não saio nem nunca sairia em circunstância alguma, porque acho que é uma manobra teatral, não é propriamente dentro do meu estilo ».

Embora ressalvando que num cenário de derrota do PSD « obviamente que o partido tem de pensar o que quer fazer relativamente à liderança, isso é evidente », Rui Rio assinalou que recentemente houve diretas e congresso.

 « Tudo isso foi antecipado e foi-me dado um mandato de mais dois anos. Depois logo se vê. Não me preocupa rigorosamente nada isso », acrescentou, fazendo depender a sua decisão também da dimensão em concreto dos resultados eleitorais.

« Isso depois logo se vê, não me parece que seja um elemento central neste momento », reforçou.

As útimas sondagens continuam a dar a vitória ao PS nas eleições, mas não a maioria absoluta.

Mais uma vez, as questões ligadas à emigração estiveram completamente ausentes do debate e nenhum dos candidatos falou no assunto, apesar de o moderador ter evocado o tema.

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