Campanha eleitoral oficial para as legislativas antecipadas em Portugal arrancou neste domingo, 16. Votação no dia 30 deste mês.
Daniel Ribeiro/Alfa
« Há mesmo ‘à volta de 84 mil pessoas por ano’ a sair do país? », perguntava há dois dias o jornal Público, referindo-se a um dos mais importantes debates da campanha eleitoral, entre os líderes do PS e do PSD, António Costa e Rui Rio. A frase é de Rui Rio no seu recente frente a frente com António Costa.
« Nos tempos da troika, a saída de portugueses do país chegou a ultrapassar os 134 mil emigrantes. Em 2020, o número desceu para menos de metade ». Agora parece que voltou a subir segundo os números que têm sido avançados em Portugal, mas não há números oficiais confirmados e publicados.
No debate Costa/Rio, o mais visto de todos da campanha eleitoral, a questão da emigração resumiu-se a isso – a números de emigrantes e a alguns segundos em direto na TV . Rio disse que os portugueses estão a sair do país à razão de 84 mil por ano. “Estamos a nivelar por baixo. É o PS a empobrecer o país”, acrescentou. António Costa nada acrescentou de substancial sobre o assunto.
É – e foi tudo o que se disse, sobre a emigração. Em toda a campanha eleitoral portuguesa tem sido sempre assim. Nada se diz, em termos da campanha nacional, sobre os problemas dos portugueses no estrangeiro – sobre o caos no atendimento dos consulados, os problemas do ensino da língua no estrangeiro, etc…. nada!
Os candidatos a deputados pelos círculos da emigração podem prometer mundos e fundos (é o que fazem), mas ninguém lhes liga em Portugal. Quando muito, os problemas da emigração ficam esquecidos em algumas linhas ‘obrigatórias’, sempre as mesmas em todas as eleições, nas promessas dos respetivos partidos. Há anos que é assim.
A emigração? Acreditem, se quiserem, nas promessas!