Justiça poética ou alinhamento astral, pouco importa. Melhor álbum de 2019 para a BLITZ, “Desalmadamente” interrompeu um silêncio longo demais e devolveu Lena d’Água ao lugar que sempre mereceu. Ela nunca se foi embora, mas agora a eterna criança volta a ser mulher com sonhos, artista ‘viva’. Uma segunda vida recheada de novos amigos e novos anseios, contada desassombradamente numa entrevista publicada na edição especial da BLITZ.
‘Opá’. Lena d’Água diz muitas vezes ‘opá’. É uma ‘vírgula’ que Pedro da Silva Martins tão bem lhe apanhou e aninhou na primeira canção de “Desalmadamente”, o álbum que volta a iluminar o caminho de uma artista hoje com 63 anos. ‘Bela adormecida’ durante tempo demais, remetida ao mundo das memórias (que, sem contradições, tão cuidadosamente coleciona), Lena d’Água está viva. Recebe de forma exultante a notícia de que é dela o melhor disco nacional de 2019 para a BLITZ. “A sério? Ó meu Deus, opá, isto é tão bom. Fico tão feliz, por nós todos, que nos fartámos de trabalhar”. A seguir dá-nos uma prazenteira entrevista, que poderá ler na íntegra na edição especial Melhores de 2019 da BLITZ.
No decorrer da mesma conversa, quando confrontada com os anos 80, era em que foi estrela maior do firmamento pop nacional, Lena d’Água afirma: « Eu tenho saudades é da minha infância, do meu pai e da minha mãe. Daquela fase da Lena d’Água muito famosa e gira e nova? Não, não tenho saudades. Eu lembro-me bem que não era uma rapariga feliz. Não tive amores muito felizes. Só me lembro é de uma grande solidão”.
Alfa/Blitz.