Lula da Silva almoçou com Macron no Palácio do Eliseu. Honras de chefe de Estado

Foto de abertura: Ricardo Stuckert

Emmanuel Macron recebeu Lula da Silva no palácio do Eliseu. O porta-voz do Governo francês, Gabriel Attal, negou que a visita represente uma « ingerência no debate político nacional no Brasil ». Mas Lula foi recebido com honras de chefe de Estado.

 

Alfa/com Lusa (adaptação Alfa)facebook sharing button
twitter sharing button
linkedin sharing buttonO Presidente francês, Emmanuel Macron, recebeu ontem o ex-presidente brasileiro Lula da Silva, provável candidato às presidenciais brasileiras de outubro de 2022, nas quais é dado como grande favorito face ao atual chefe de Estado, Jair Bolsonaro.

O encontro, um almoço no palácio do Eliseu, residência oficial do Presidente francês, focou-se « nos últimos desenvolvimentos na cena internacional », segundo um comunicado da Presidência francesa.

Luiz Inácio Lula da Silva « partilhou a sua visão sobre o papel do Brasil no mundo, constatando que nos últimos três anos o país afastou-se do quadro multilateral e dos grandes acordos internacionais » e lamentou « o abrandamento da integração regional na América Latina, quando o continente deveria ter um papel face aos grandes desafios globais », relata o mesmo comunicado.

Emmanuel Macron, por seu lado, insistiu « no seu combate por um multilateralismo eficaz », nomeadamente nos temas da pandemia de covid-19 e do clima, e apresentou a Lula da Silva « a sua visão por uma Europa mais soberana, mais democrática e mais unida, desempenhando um papel de potência de equilíbrio na cena internacional », acrescenta.

O porta-voz do Governo francês, Gabriel Attal, negou que a visita represente uma « ingerência no debate político nacional no Brasil ».

Lula da Silva foi presidente do Brasil entre 2003 e 2011 e na segunda-feira assumiu-se « pronto » para participar nas eleições presidenciais do seu país.

Esta semana, encontra-se em visita à Europa, com passagens por Bruxelas, Berlim, Paris e Madrid.

Em Paris, Lula, de 76 anos, reuniu-se também hoje com o líder da extrema-esquerda, Jean-Luc Mélenchon, após se encontrar na véspera com a socialista Anne Hidalgo, ambos candidatos às presidenciais de abril.

Emmanuel Macron e Lula têm, por motivos diferentes, críticas contra o acordo comercial UE-Mercosul, concluído em 2019, mas ainda não ratificado entre a União Europeia e o Mercosul.

Macron critica o acordo por motivos ligados aos compromissos climáticos, enquanto Lula acredita que ele contribui para desindustrializar o Brasil.

O Presidente francês opôs-se violentamente ao seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, durante a cimeira do G7 em Biarritz em 2019, por causa da gestão dos incêndios florestais na Amazónia e chegou mesmo a receber o líder indígena brasileiro Raoni Metuktire, inimigo declarado do chefe de Estado brasileiro.

Article précédentGrammy Latino. Três obras portuguesas, uma delas de fado, nomeadas. Martinho da Vila recebe prémio de carreira
Article suivant17 marcas e empresas portuguesas presentes na feira Esprit Meuble (mobiliário) de Paris