Lusa e Dicionário Priberam apresentam 24 palavras que definem 2019

O Priberam e a agência Lusa selecionaram 24 palavras que podem definir o ano que está a terminar, com base nas pesquisas feitas por 37 milhões de utilizadores naquele dicionário digital.

O ‘site’ oanoempalavras.pt inclui “conteúdos criados pela agência noticiosa que dão contexto a cada uma das palavras, bem como fotografias ilustrativas captadas pelos fotógrafos da Lusa, e está estruturado com as palavras por ordem cronológica, sendo possível aceder ao seu significado no Dicionário Priberam bem como ao artigo da Lusa sobre o evento que motivou as pesquisas”, refere em comunicado o Dicionário Priberam.

Deste modo, foram recolhidas as palavras que, “devido ao elevado número de pesquisas diárias”, ganharam destaque ao longo do ano e, a partir destas, os editores da Lusa selecionaram as duas que consideraram mais relevantes em cada mês, em termos da atualidade nacional e internacional.

Foram recolhidas “mais de duas centenas de palavras que estiveram no top das consultas no Dicionário Priberam”, e deste universo foram selecionadas 24, duas por cada mês.

“Interino” e “mineradora” foram as palavras selecionadas em janeiro, ambas num contexto sul-americano, na sequência da declaração de Juan Guaidó como “presidente interino” da Venezuela.

Fevereiro é definido pelas palavras “escusa” e “chapo”, a primeira relacionada com o pedido de escusa do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, nas decisões sobre a auditoria à Caixa Geral de Depósitos (CGD) de que foi administrador.

“El Chapo” é o termo pelo qual era conhecido Joaquín Archivaldo Guzmán Loera, traficante de droga mexicano condenado em Nova Iorque.

”Massacre” e “cinotécnica” foram os termos mais pesquisados em março, o primeiro relacionado com um massacre numa escola no estado brasileiro de São Paulo e “cinotécnica” no âmbito do apoio de Portugal a Moçambique, depois da passagem do ciclone Idai.

“Demover” e “pináculo” são as duas palavras que caracterizam o mês de abril, a primeira relacionada com a notícia, segundo a qual, o atual Presidente de Angola, João Lourenço, terá tentado demover o seu antecessor de viajar num avião da frota da transportadora aérea portuguesa (TAP). A segunda é relativa ao incêndio na catedral de Notre-Dame, em Paris.

O mês de maio é marcado pelos vocábulos “sindicância” e “decoro”. O primeiro relaciona-se com a polémica sobre a sindicância à Ordem dos Enfermeiros e o segundo quando, após declarações do empresário José Berardo na comissão parlamentar de inquérito à CGD, o Presidente da República pediu “decoro e respeito” pelas instituições políticas.

A morte da escritora Agustina Bessa-Luís, em junho último, levou à procura do termo “sibila”, título de um dos seus primeiros romances, editado em 1954, e sucessivamente reeditado.

O outro termo deste mês foi “obliteração”, relacionado com o facto do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ameaçado com a obliteração de partes do Irão se os interesses norte-americanos sofressem algum ataque.

Outra morte, a do compositor brasileiro João Gilberto, em julho levou à busca de “Bossa Nova”, género musical por si criado, e o segundo termo de julho tem origem também em notícias do Brasil: “nepotismo”, por o Presidente do país, Jair Bolsonaro, ter rejeitado que fosse apontado como “nepotismo” a eventual indicação do seu filho Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil em Washington.

Os termos de agosto são “jerricã” e “calhorda”, o primeiro relacionado com a greve dos motoristas de matérias perigosas e o segundo devido ao termo que o ministro da Educação do Brasil, Abraham Weintraub, utilizou na sua conta na rede social Twitter para qualificar o Presidente da França, Emmanuel Macron, que demonstrou preocupação com os incêndios na Amazónia.

Em setembro, as palavras mais procuradas foram “subvenção” e “sumo pontífice”, a primeira relacionada com o debate sobre políticos que recebem subvenções vitalícias, e “Sumo Pontífice”, com origem na visita do Papa Francisco a Moçambique.

“Entronização” e “espeleólogos” caracterizaram o mês de outubro em que foram notícia as cerimónias de entronização do Imperador Naruhito do Japão e os espeleólogos portugueses retidos numa gruta em Espanha.

Em novembro, os termos mais procurados foram “cantautor”, relacionado com a morte de José Mário Branco, e “rubro-negro”, relacionado com a vitória do clube de futebol Flamengo, treinado por Jorge Jesus, na Taça Libertadores da América e no campeonato brasileiro.

Finalmente, este mês, as palavras mais pesquisadas foram “pirralha”, termo com o qual Jair Bolsonaro se referiu à ativista ambientalista sueca Greta Thunberg, e “espúria”, utilizado pelo ex-primeiro-ministro José Sócrates na sua defesa do ex-Presidente brasileiro Lula da Silva, criticando a “aliança espúria entre justiça e jornalismo”.

Segundo o Priberam, “outras palavras que se destacaram em 2019” foram “inócuo”, “conluio”, “abstenção”, “canonizada”, “imolar” ou ainda “momo”.

Alfa/Lusa

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