
Presidente francês espera que nações árabes “que defendem a Palestina” também reconheçam o Estado de Israel em breve.
Emmanuel Macron admitiu esta quarta-feira, 9 de Abril, que a França poderá reconhecer formalmente o Estado da Palestina em Junho, esperando que alguns países do Médio Oriente reconheçam, por sua vez, o Estado de Israel.
« Precisamos de avançar para o reconhecimento [do Estado palestiniano]. É o que faremos nos próximos meses. Não o faço para agradar a alguém, mas porque, a dada altura, será correcto », disse, em entrevista ao canal televisivo francês France 5.
« E também porque quero fazer parte de uma dinâmica colectiva que deverá permitir aos que defendem a Palestina reconhecer, por sua vez, Israel — algo que muitos não estão a fazer », defendeu o Presidente francês.
Embora a Palestina seja já reconhecida como Estado soberano por mais de 140 países, a maioria das grandes potências ocidentais nunca reconheceu a sua independência. É o caso dos Estados Unidos, Canadá, França e Alemanha, mas também de Portugal, cujo Governo liderado por Luís Montenegro insiste que o reconhecimento da Palestina « não é oportuno ».
Entre os quase 30 países que não reconhecem o Estado de Israel encontram-se a Arábia Saudita, o Irão, o Iraque, a Síria e o Iémen, no Médio Oriente.
« O nosso objectivo é, algures em Junho, presidir, em conjunto com a Arábia Saudita, a uma conferência em que possamos concluir o processo de reconhecimento recíproco por parte de vários países », acrescentou ainda Emmanuel Macron.
Em visita ao Cairo esta semana, e depois de um encontro com os líderes do Egipto e da Jordânia, o chefe de Estado francês defendeu uma renovação do governo da Faixa de Gaza, afastando o Hamas, no poder há quase 20 anos, e dando lugar à Autoridade Palestiniana (que hoje administra, com diferentes graus de autonomia face a Israel, a Cisjordânia ocupada).