Macron denuncia postura « de escalada » da Rússia e chama Putin « à razão »

Foto. Macron diz que declarações foram "pensadas" (Foto Ilustração) Rádio Alfa

O Presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou hoje uma postura « de escalada » da Rússia na guerra na Ucrânia, chamando Vladimir Putin « à razão », depois de o homólogo russo ter ampliado a possibilidade de recurso a armas nucleares.

 

« Aqui eu realmente quero chamar a Rússia à razão. Ela tem responsabilidades como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas », disse Macron aos jornalistas após uma cimeira do G20 no Rio de Janeiro.

« A Rússia hoje está a tornar-se uma potência de desestabilização global », acusou.

Putin assinou hoje o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kyiv a atacar solo russo com mísseis de longo alcance fornecidos por Washington.

A alteração do decreto sobre armas nucleares seguiu-se ao anúncio da autorização de Washington à Ucrânia para usar mísseis norte-americanos de longo alcance em solo russo.

Durante uma conferência de imprensa, uma porta-voz do Pentágono afirmou que a revisão da doutrina nuclear russa, hoje anunciada pelo Kremlin, « não é surpreendente ».

« Isto é algo que continuamos a monitorizar, mas não há indicação de que a Rússia esteja a preparar-se para usar uma arma nuclear na Ucrânia », disse Sabrina Singh.

« Esta é a mesma retórica irresponsável que vimos antes e que vimos, francamente, nos últimos dois anos », acrescentou.

No mesmo tom se pronunciou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que denunciou também a « retórica irresponsável » da Rússia.

« Há uma retórica irresponsável vinda da Rússia e isso não nos vai dissuadir de apoiar a Ucrânia », declarou o chefe do governo britânico numa conferência de imprensa após a cimeira do G20 no Rio de Janeiro transmitida em direto na televisão Sky News.

Starmer respondia a uma pergunta de um jornalista sobre se os britânicos se deveriam preparar para uma guerra nuclear.

O chefe do executivo britânico afirmou que a guerra na Ucrânia já dura há mais de mil dias e reiterou a « mensagem clara » de que é necessário « garantir que Kyiv tem o que é necessário para acabar com esta guerra ».

Na sua intervenção, o primeiro-ministro britânico notou a ausência da Rússia pelo terceiro ano consecutivo no G20.

« Ele [Putin] é o autor do seu próprio exílio e, no dia 1.000 da guerra ilegal da Rússia na Ucrânia, volto a dizer: acabem com a guerra, saiam da Ucrânia », disse.

 

Com Agência Lusa.

 

Guerra/Ucrânia: Putin assina o decreto que alarga as possibilidades de uso de armas nucleares

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