Macron em ofensiva na Europa. Quer um novo grupo “centrista” no PE
Depois de seis meses de revolta dos “coletes amarelos” e de, apesar disso, ter limitado as perdas do seu partido nas europeias, o Presidente Emmanuel Macron lança uma nova ofensiva na UE
Perdeu, ficou em segundo, mas ganhou. É deste modo que se podem resumir as análises dos comentadores em França, no dia seguinte às eleições europeias.
Depois de seis meses de dura crise, nas ruas, dos “coletes amarelos”, o resultado das europeias acaba por não ser desfavorável ao Presidente Emmanuel Macron. A sua coligação “LREM-R” (A REPÚBLICA EM MARCHA-RENASCIMENTO) ficou a apenas 0,9 pontos do “RN” (AJUNTAMENTO NACIONAL), dos nacionalistas de Marine le Pen.
Macron sente-se reforçado com este resultado e lançou-se, logo desde domingo à noite, numa série de contactos com dirigentes europeus, da Espanha à Alemanha, passando por Portugal, entre outros. O objetivo imediato é negociar os postos mais influentes na futura Comissão e noutras instituições europeias. Assuntos que ele também já discutiu com o seu amigo português, António Costa, nos dias que precederam o escrutínio europeu. O próprio chefe do Governo de Portugal confessou há dias em Paris, ao Expresso, estar em conversações com ele sobre o « futuro da Europa ».
Macron considera também estar em condições para criar um importante “eixo progressista” no Parlamento Europeu. Pretende fundar um grupo “centrista” no PE, “capaz de ser o árbitro dos debates”, segundo diz uma fonte francesa ao Expresso. A ideia é construir um grupo com o atual Partido Liberal Democrata (ALDE) e atrair outros eventuais aderentes centristas de modo a constituir a terceira força política pró-europeia no PE.
Macron acha que o seu partido e o futuro grupo podem, no atual momento europeu pós-eleições, vir a ser “a ponte dos consensos” entre os conservadores pró-europeus e a esquerda socialista.