Mãe e filho estão bem. Bebé de mulher com Covid-19 nasceu no Porto

Bebé nasceu durante a noite de segunda para terça-feira. Estão a ser feitas análises para perceber se há possibilidade de recém-nascido estar infetado (Alfa/Expresso – por Marta Gonçalves)

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Foi durante a noite que nasceu em Portugal o primeiro bebé de uma mulher com Covid-19. Ao que o Expresso conseguiu apurar esta terça-feira, mãe e filho estão bem e estão a ser realizados análises para perceber se a criança está infetada com o novo coronavírus.

Ainda esta segunda-feira, a o Núcleo de Estudos de Medicina Obstétrica divulgou um apelo de cuidados que as grávidas devem ter durante a pandemia Covid-19, começando desde logo pelo pedido de que não e deslocarem aos hospitais, exceto em caso de urgência. E para que tal possa ser possível, apresentam como solução a teleconsulta.

“Preferencialmente as grávidas devem ter uma via de contacto direto com o internista assistente, nomeadamente endereço de e-mail”. “As grávidas deverão ser instruídas sobre os sinais de alarme da eventual agudização da sua patologia de base, e dos motivos que as levem a contactar a linha SNS 24 ou o INEM”, pode ler-se no comununicado do NEMO, citado pela Lusa.

De acordo com os especialistas, “não há evidência de que após o parto, uma mulher com Covid-19 deva ser separada do seu filho”, advertindo que “o impacto da separação parece ser mais prejudicial do que o risco de infeção”.

Um estudo recentemente publicado na revista “The Lancet”, afirmava que para já não existe evidência de que o novo coronavírus seja passado de mãe para filho através do útero na fase final da gravidez. Os investigadores chineses analisaram nove gravidezes, sendo que todas resultaram em nados vivos, embora em duas delas tenha havido sofrimento fetal (diminuição de oxigenação para o feto, geralmente antes do parto). Em seis casos foram recolhidas amostras para análise do líquido amniótico, do cordão umbilical e amostras respiratórias de recém-nascidos: todas as análises resultaram negativas para o novo coronavírus.

Ainda assim, e o alerta é feito pelos próprios investigadores – o estudo é baseado num número ainda limitado de casos e durante um período curto de tempo, em que se incluíram apenas mulheres com gravidezes no final do tempo e que tiveram partos por cesariana. Os efeitos nas grávidas no primeiro e segundo trimestre de gestação e as consequências para os recém-nascidos permanecem ainda incertos, desconhecendo-se também se o vírus pode ser transmitido entre mãe e filho durante um parto vaginal.

No início de fevereiro, um bebé nasceu em Wuhan – cidade chinesa onde começou a pandemia de Covid-19. Embora o primeiro resultado conhecido fosse negativo, cerca de 30 horas após o parte as autoridade de saúde locais confirmaram que o bebé estava infetado, fazendo assim os médicos questionarem se se poderia tratar de uma trasmissão vertical, ou seja, uma tramissão ainda durante a gravidez, o parte ou imediatamente após o nascimento.

Nos últimos dias foram divulgados novos resultados – um deles pela revista “Frontiers in Pediatrics” -, que uma vez mais mostram que não há nada que indique que um bebé nascido de uma mulher com a infeção esteja infetado. Novamente, ambos os estudos foram realizados numa população muito reduzida.

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