Polémica em Lisboa. Marine Le Pen volta à lista de oradores da WebSummit

SOS Racismo exige retirada de Marine Le Pen de lista de oradores na WebSummit. O nome de Marine Le Pen voltou a aparecer como oradora no evento, após ter sido inicialmente retirado do site oficial

Alfa/Expresso/Lusa

A associação SOS Racismo exigiu nesta segunda-feira que as entidades envolvidas na organização da WebSummit assumam uma posição pública sobre o convite feito à líder do partido francês RN (Agrupamento Nacional, ex-Frente Nacional), Marine Le Pen, e que esta seja desconvidada. Em comunicado, a SOS Racismo sublinha que « o racismo não é uma opinião » e que, por isso, condena que a líder da extrema-direita francesa tenha sido convidada para estar presente como oradora na WebSummit, que vai decorrer em novembro, em Lisboa.

A associação « exige a retirada do convite à líder da extrema-direita francesa e que todas as entidades envolvidas na organização da WebSummit tomem publicamente posição », apontando que « não se trata de escolher entre liberdade de expressão e censura, mas sim entre a democracia e o ódio racial ».

O comunicado da SOS Racismo surge depois de o nome de Marine Le Pen ter voltado a aparecer como oradora no evento, após ter sido inicialmente retirado do site oficial, sem qualquer explicação por parte das entidades organizadoras, e, alegadamente, « após uma intensa denúncia pública nas redes sociais ».

« Pensou-se que esta retirada do seu nome da lista de oradores significasse também a retirada do convite. Estivemos à espera da reação das entidades públicas e privadas envolvidas na organização, patrocínio e apoio ao evento. (…) Infelizmente, não só não apareceu nenhuma explicação oficial, sobre o convite inicial e aparente recuo posterior, como surpreendente e inaceitavelmente, o nome de Marine Le Pen volta a constar no portal do evento », denuncia a SOS Racismo.

A associação considera que o « silêncio » das entidades envolvidas é insustentável e sublinha que o partido que Marine Le Pen representa mantém a defesa de « um Estado securitário, fechado, nacionalista e racista ».

« Não podemos dar palco a esta narrativa, nem contribuir para o branqueamento da sua imagem, quanto mais num encontro que se quer globalizado e aberto como este », defendeu, lembrando que o Estado português contribui anualmente com cerca de 1,3 milhões de euros para a organização da WebSummit.

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