Os municípios de Mesão Frio e Murça, em Vila Real, homenageiam nesta sexta-feira os emigrantes que regressam de férias à terra natal, fazendo praticamente duplicar a população nas aldeias, e que investem e contribuem para o desenvolvimento local.
Alfa/com Lusa
« Queremos promover o encontro dos emigrantes e queremos que eles saibam que, mesmo longe, são fundamentais para o desenvolvimento da nossa terra ». Afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Mesão Frio, Alberto Pereira.
O autarca elencou o regresso definitivo de alguns emigrantes que « vão investindo ».
« Este ano já tivemos dois bons projetos em Mesão Frio fruto de emigrantes que voltaram à terra. Um tomou conta de um restaurante e outro comprou uma quinta com a casa em ruínas, recuperou-a e abriu, na semana passada, uma casa de turismo de alojamento local », exemplificou.
Para a recuperação desta quinta, o emigrante investiu, segundo Alberto Pereira, « cerca de 400 a 500 mil euros ».
« Queremos continuar a cativar os nossos emigrantes, por forma a que eles nunca se esqueçam da nossa terra », frisou.
A festa de sexta-feira será animada pelo grupo Diapasão. Os emigrantes deste concelho duriense espalham-se principalmente pela França, Bélgica e Suíça.
A Câmara de Murça promove também o « Dia do Emigrante » para dar as boas vindas a todos os que regressam, nesta altura, à terra natal.
As atividades começaram na quinta-feira à noite com um arraial de verão.
Na sexta-feira, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, associa-se ao executivo municipal na « homenagem simbólica » aos emigrantes deste concelho.
Durante a tarde, será realizado um ciclo de debates sobre a emigração e o seu papel no desenvolvimento local, que contam com a participação de Carlos Pereira, jornalista em Paris, Nathalie de Oliveira, autarca lusodescendente em Metz (França), Luísa Semedo, presidente da secção Europa do Conselho das Comunidades Portuguesas, e José António Coimbra Matos, ex-presidente da Confederação da Comunidade Portuguesa do Luxemburgo (CCPL). Carlos Pereira e Luísa Semedo são ambos cronistas regulares da Rádio Alfa.
Neste concelho, a aldeia de Fiolhoso é mesmo conhecida como « a mais luxemburguesa de Portugal », visto que a maioria dos seus emigrantes rumou até aquele país.
Durante o ano, a freguesia não terá mais de 200 habitantes, já no verão, a aldeia ganha nova vida com a chegada de centenas de emigrantes.
A emigração para o Luxemburgo começou nos anos 60 e, no início dos anos 70, os portugueses já eram a maior comunidade de estrangeiros naquele país.
Depois, à noite, junto à Porca de Murça, atuam os artistas brasileiros de nacionalidade portuguesa Lilian Raquel e Cláudio César Ribeiro, um espetáculo inserido no « Festival Oito Mãos ».
José Luís Carneiro vai a Murça
O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, confirmou a sua presença no dia 17 de agosto no Dia do Emigrante no município de Murça. Segundo o seu gabinete, « o evento é promovido pela Câmara Municipal de Murça e incluirá uma homenagem a emigrantes naturais daquele concelho, bem como um debate sobre as comunidades portuguesas. As iniciativas terão lugar no Centro Cultural de Murça. »
Programa
10h30 – Homenagem aos Emigrantes do concelho de Murça
15h00 – Debate: “As Comunidades Portuguesas de ontem e de hoje”